Os tipos de paradigma mais proeminentes são o paradigma comportamental, o paradigma histórico-social ou o paradigma quantitativo, entre outros. Paradigmas são formas de interpretar a realidade e, a partir deles, o mundo ou uma área da ciência é pesquisada, estudada e observada. Por exemplo, a partir do paradigma comportamental da psicologia, a consciência é rejeitada e o comportamento que pode ser observado é estudado.
Etimologicamente, a palavra paradigma tem sua origem na Grécia Antiga, derivada do termo Paradeigma, que é traduzido como modelo ou exemplo. É exatamente esse significado que é concedido atualmente, pois quando a palavra paradigma é mencionada, ela fala de exemplos, padrões ou modelos.
Portanto, a palavra paradigma é usada para se referir ao conjunto de crenças, exemplos e normas como um ideal a seguir, seja de uma cultura, regra ou sociedade.
Desde os anos 60 do século XX, o termo foi cunhado para pesquisas científicas e para estudos de epistemologia, pedagogia e psicologia.
Origem dos paradigmas
O filósofo grego Platão foi uma das primeiras figuras históricas a usar esse termo para se referir às idéias ou exemplos a seguir, desde que seja usado em um contexto em que haja inspiração.
Por sua vez, o filósofo americano Thomas Kuhn foi quem introduziu o termo para descrever o grupo de atividades que definem as diretrizes de uma disciplina científica dentro de um espaço temporal.
Na ciência, o paradigma é concebido de um ponto de vista mais prático, que suscita a descoberta de novos espaços de pesquisa, outras formas de obter o treinamento e os dados necessários para solucionar os problemas colocados em uma determinada situação.
No entanto, deve-se ter em mente que esse termo pode ser aplicado em outros campos, além das ciências científicas, linguísticas e sociais.
O paradigma é tudo o que se refere à maneira como o mundo é entendido, as experiências e crenças de uma sociedade e tudo o que afeta como o indivíduo percebe a realidade que o cerca dentro do sistema social.
Dependendo da área em que é usado, há uma tipificação dos paradigmas. Abaixo, você pode ver os mais usados em forma de resumo.
Principais tipos de paradigma
No setor educacional, a formulação de novos paradigmas é uma evolução para alcançar a melhoria do conhecimento disponível, sendo considerada como novas ferramentas para solucionar incógnitas (Luna, 2011).
– Paradigmas educacionais
Com base nesse preceito, são reconhecidos na educação vários tipos de paradigmas, dos quais se destacam os comportamentais, construtivistas, cognitivos e histórico-sociais.
1- Paradigma comportamental
Enquadrado na teoria comportamental , este modelo estima que a aprendizagem deve se concentrar em dados observáveis e mensuráveis, nos quais o professor é percebido como “uma pessoa dotada de habilidades aprendidas, que transmite de acordo com um planejamento realizado com base em objetivos específicos” (Hernández , 2010, p. 114).
O professor deve fornecer aos alunos os princípios, procedimentos e programas comportamentais para alcançar os objetivos de aprendizado propostos (Chavez, 2011).
O aluno ou aluno, dentro desse paradigma, atua como receptor das instruções programadas pelo professor, mesmo antes de conhecê-lo, de modo que ele é condicionado a ser um ator passivo dentro de um mundo ativo.
Reconhece-se que o desempenho do aluno e a aprendizagem escolar podem ser influenciados ou modificados de fora do sistema educacional.
2- Paradigma construtivista
Diferentemente do modelo anterior, esse paradigma concebe o aluno como uma entidade ativa e mutável, cujo aprendizado diário pode ser incorporado a experiências anteriores e estruturas mentais já forjadas.
Nesse espaço de aprendizagem construtivista, o aluno deve internalizar, transformar e reorganizar as novas informações para adaptá-las às aprendizagens anteriores, o que lhe permitirá enfrentar as situações da realidade.
3- Paradigma histórico-social
Também conhecido como modelo sociocultural desenvolvido na década de 1920 por Lev Vigotsky , em que a premissa principal é que a aprendizagem do indivíduo é influenciada por seu ambiente social, história pessoal, oportunidades e contexto histórico em que ele se desenvolve.
Estruturalmente, esse paradigma é percebido como um triângulo aberto, que nada mais é do que a relação entre sujeito, objeto e instrumentos nos quais os vértices se desenvolvem no contexto sociocultural, desempenhando papel fundamental na construção do conhecimento.
4- Paradigma Cognitivo
Desenvolvido nos anos 50 nos Estados Unidos, esse paradigma está interessado em destacar que a educação deve ser orientada para o desenvolvimento de habilidades de aprendizagem, não apenas para o ensino de conhecimento.
O modelo cognitivo é derivado da combinação de três campos, considerados o pano de fundo desse paradigma: teoria da informação, linguística e ciência da computação.
Do ponto de vista educacional, os objetivos primários da escola, de acordo com a abordagem cognitiva, devem se concentrar em aprender a aprender e / ou ensinar a pensar. As dimensões cognitivas que se desenvolvem nesse paradigma são atenção, percepção, memória , inteligência , linguagem, pensamento, entre outras.
– Paradigmas de pesquisa
No âmbito da pesquisa social, são desenvolvidos níveis e perspectivas nas quais são propostos dois principais paradigmas: quantitativo e qualitativo.
Estes diferem no tipo de conhecimento que se espera obter nas pesquisas realizadas, de acordo com a realidade, objeto de estudo e nas técnicas utilizadas na coleta de informações (Gray, 2012).
5- Paradigma Quantitativo
Diretamente relacionado à perspectiva distributiva da pesquisa social, que visa descrever com precisão a realidade social em estudo. Para atingir seu objetivo, essa abordagem se baseia em técnicas estatísticas e matemáticas, como o uso de pesquisas e a respectiva análise estatística dos dados obtidos.
Dessa maneira, constrói-se o conhecimento baseado na objetividade, evitando deturpações de informações ou gerando distorções derivadas da subjetividade. Com esse paradigma, leis ou normas gerais do comportamento humano são estabelecidas a partir da elaboração de conceitos empíricos.
6- Paradigma qualitativo
Por sua vez, a abordagem qualitativa está intimamente relacionada às perspectivas dialéticas e estruturais da realidade, com foco na análise e compreensão das respostas dos indivíduos às ações e comportamentos sociais.
Diferentemente do paradigma quantitativo, outras técnicas baseadas na análise da linguagem são utilizadas, como entrevistas, discussões temáticas, técnicas de criatividade social, entre outras.
Com esse paradigma, queremos entender as estruturas da sociedade em vez de quantificá-las, enfocando a subjetividade das pessoas e sua percepção da realidade (Gray, 2012).
7- Paradigma positivista
Com base na abordagem filosófica do positivismo, esse paradigma foi desenvolvido para estudar fenômenos no campo das ciências naturais. É também chamado de hipotético-dedutivo, quantitativo, empírico-analista ou racionalista.
Sua origem é no século XIX e também é aplicada na área das ciências sociais, sem afetar as diferenças entre os dois campos de estudo.
Na investigação positivista, afirma-se a existência de uma realidade única; com base no princípio de que o mundo tem sua própria existência, independentemente de quem o estuda e é governado por leis, com as quais os fenômenos são explicados, previstos e controlados.
De acordo com essa abordagem, as ciências têm o objetivo de descobrir essas leis, alcançando generalizações teóricas que contribuem para enriquecer o conhecimento universal sobre uma determinada área (González, 2003).
9- Paradigma interpretativo
Derivado da abordagem qualitativa, esse preceito de interpretação eleva o pesquisador como um descobridor do significado das ações humanas e da vida social, descrevendo o mundo pessoal dos indivíduos, as motivações que os orientam e suas crenças.
Tudo isso com a intenção de estudar em profundidade o que determina os comportamentos. Esse paradigma aplicado nas ciências sociais parte do conceito de que a ação das pessoas é sempre determinada pela carga subjetiva de uma realidade, que não pode ser observada ou analisada com métodos quantitativos (González, 2003).
Dentro da estrutura do paradigma interpretativo, a pesquisa tem as seguintes características:
- pesquisa naturalista . Estude situações do mundo real e seu desenvolvimento natural sem manipular informações.
- Análise indutiva . A exploração é feita através de perguntas abertas, enfatizando os detalhes para provar as hipóteses levantadas pela dedução.
- Perspectiva holística . Baseia-se no conhecimento da causa e efeito, considerando o sistema complexo que representa a relação de interdependência das partes envolvidas.
- Os dados qualitativos . Capture experiências pessoais com uma descrição precisa das informações coletadas.
- Contato e visão pessoal . O pesquisador tem contato direto com a realidade estudada e seus protagonistas.
- Sistemas dinâmicos . Os processos de mudança no indivíduo ou na sociedade são descritos durante a investigação, com mudança e evolução sendo entendidas como uma parte fundamental do estudo.
- Orientação para o caso único . Cada investigação é considerada única em sua categoria devido à subjetividade dos indivíduos e à realidade estudada.
- Sensibilidade ao contexto . A pesquisa está localizada no contexto histórico, social e temporal para localizar as descobertas realizadas.
- Neutralidade empática . Reconhece-se que é impossível alcançar objetividade total. O pesquisador desenvolve empatia em relação à situação estudada e à perspectiva dos indivíduos.
- flexibilidade de design . A pesquisa não está enquadrada em um design exclusivo, mas é adaptada à combinação de diferentes designs para entender a situação e responder a mudanças emergentes.
10- Paradigma Empírico-Analítico
Nesta abordagem, a objetividade é priorizada em relação a outros elementos. Assumindo assim a replicabilidade em pesquisas que permite verificar o conhecimento gerado.
Derivado do paradigma quantitativo, este modelo utiliza ferramentas como o método dedutivo e a aplicação de estratégias e técnicas quantitativas.
O objetivo da pesquisa sob essa abordagem é gerar teorias e leis que não são definitivas, baseadas na experimentação, lógica empírica combinada com a observação e análise de fenômenos, apoiando teorias positivas e racionalismo.
Referências
- Chavez, A. (2011) Avaliação da aprendizagem dentro de diferentes paradigmas da psicologia educacional. Recuperado de: educarparaaprender.wordpress.com.
- Conceptdefinition.de (2014) Definição de Paradigma Recuperado de conceptdefinition.de.
- González, A. (2003) Os paradigmas da pesquisa nas ciências sociais. Recuperado de sociologiaunah.files.wordpress.com.
- Gray, J. (2012) Evolução da ciência: 4 paradigmas recuperados de 2.cs.man.ac.uk.
- Hernández Rojas, G. (2010). Paradigmas em psicologia educacional. Primeira edição. pp. 79-245. México Cidade do México.: Paidós.
- Luna, L. (2011) PARADIGMAS: CONCEITO, EVOLUÇÃO, TIPOS. Recuperado de theoriesconductistasdelaprendizaje.blogspot.com.
- Núñez, P. (2009) Psicopedagogia O Paradigma Cognitivo Recuperado de pilarraquel2.blogspot.com.
- Thomas Kuhn sobre paradigmas na ciência Recuperado de csulb.edu.
- O que é um paradigma?Recuperado de explorable.com.