Os problemas ambientais no Equador estão associadas principalmente com a perda e degradação de áreas naturais como um resultado do desmatamento, o desenvolvimento não planejado de infra-estrutura e contaminação por atividades extrativistas e produtivas em um nível industrial.
Além disso, o uso insustentável dos elementos da natureza, como a extração seletiva de madeira, a sobrepesca e a sobrepesca, também constitui uma ameaça ao equilíbrio da natureza.
Esses problemas resultam em um aumento da vulnerabilidade às mudanças climáticas e a perda, fragmentação e deterioração do habitat natural de muitas espécies de fauna e vegetação, bem como sua diversidade genética.
O problema ambiental do Equador está associado à produção industrial de bens e serviços, visando atender às crescentes demandas de uma população com padrões de consumo insustentáveis.
Esse modelo de desenvolvimento contrasta com a visão de mundo dos povos nativos do Equador, baseada no bem-estar (Sumak Kawsay), que reconhece e respeita os direitos da natureza.
Principais problemas ambientais no Equador
1. Desmatamento
A cobertura florestal no Equador em 1990 foi estimada em 14.630.847 hectares de florestas. Essa cobertura diminuiu 6% em 2000, 10,5% em 2008 e 12% em 2014. Estima-se que nesse período foram perdidos quase 2 milhões de hectares de floresta natural. Apesar desses valores, o desmatamento anual líquido vem diminuindo continuamente desde 2000.
Quase todas as áreas desmatadas foram transformadas em espaços para produção agrícola. Uma proporção menor foi alocada à infraestrutura em áreas urbanas e outros tipos de cobertura.
Os ecossistemas mais ameaçados pelo desmatamento são as florestas úmidas da cordilheira costeira, que apresentam a maior taxa anual de desmatamento no Equador, bem como uma tendência para aumentá-lo nos próximos anos.
O desmatamento implica a degradação, fragmentação e perda de habitat de uma grande diversidade de espécies. Essa é a principal ameaça à conservação das diferentes espécies da fauna e flora do país.
2. Extração, processamento e queima de combustíveis fósseis
O Equador possui reservas significativas de gás natural e petróleo, concentradas na região amazônica, a leste do país. O petróleo extraído na Amazônia é levado para a região costeira através de oleodutos que atravessam o país de leste a oeste.
Durante mais de 40 anos de produção de petróleo no Equador, mais de 5 milhões de barris de petróleo foram derramados nos solos, pântanos e rios da Amazônia. Além disso, uma grande quantidade de gás natural emanado dos depósitos foi queimada e ocorreram perdas significativas de petróleo nos oleodutos que transportam o petróleo para as refinarias.
O processo de refino de petróleo também tem consequências ambientais. Um caso particularmente sério é o da refinaria de Esmeraldas. A emissão de poluentes gasosos há mais de 40 anos aumentou as concentrações de materiais particulados acima dos padrões permitidos mundialmente, com uma diminuição significativa na qualidade de vida dos habitantes da cidade de Esmeraldas.
Mais de 80% da energia consumida no Equador vem de petróleo e gás. O transporte é o setor com os mais altos requisitos para combustíveis fósseis (gasolina e diesel), seguido pelos setores residencial e industrial.
3. Indústria
O setor industrial no Equador é representado principalmente pela produção de alimentos e bebidas, a fabricação de carros, a produção de derivados de petróleo e combustível nuclear e a fabricação de produtos de borracha e plástico.
O setor é um dos setores que exige maior demanda de energia, precedido pelos setores residencial e de transporte. No entanto, elas se fortalecem porque a concentração das indústrias resulta no crescimento dos assentamentos urbanos ao seu redor e no aumento da frota automotiva.
Quito é uma das principais cidades industrializadas do Equador. Devido ao mau planejamento territorial da cidade, existem áreas industriais que fazem fronteira com áreas residenciais. As emissões industriais poluem a atmosfera da cidade e geram problemas de saúde na população.
As atividades industriais que geram maior emissão de substâncias químicas são a produção de alimentos, papel e seus derivados, refino de petróleo e fabricação de produtos químicos.
4. Uso insustentável
Outra ameaça à grande biodiversidade do Equador é sua exploração insustentável.Os recursos pesqueiros do Equador estão diminuindo principalmente devido à sobrepesca gerada por um superdimensionamento da frota pesqueira.
Estima-se que atualmente mais de 20 espécies-chave da indústria pesqueira e da pesca artesanal estejam sob alguma categoria de ameaça (11 ameaçadas, 7 ameaçadas e 4 vulneráveis).
Outra forma de uso não sustentável é o tráfego de flora e fauna. No Parque Nacional Yasuni e sua área de influência, a carne de animais selvagens é comercializada nos mercados locais. Um estudo revelou mudanças no número de espécies oferecidas, devido a mudanças nas populações naturais.
O uso insustentável da fauna florestal não afeta apenas as populações naturais e seus ecossistemas, mas também a soberania alimentar da população local.
5. Agricultura
A agricultura tem sido historicamente um dos bastiões da economia equatoriana. No entanto, a agricultura ancestral foi gradualmente substituída pelo agronegócio, com impactos sociais e ambientais significativos.
O uso de fertilizantes e biocidas contamina solos, água e alimentos. Destaca a floricultura, uma das principais atividades agrícolas do Equador, por sua demanda por grandes quantidades de pesticidas.
Organismos geneticamente modificados ameaçam acabar com a grande diversidade genética de espécies ancestrais cultivadas no Equador.
Por outro lado, as exigências de grandes áreas de terra exercem pressão sobre as florestas, promovendo a expansão da fronteira agrícola. Com a reforma agrária de 1964, houve um aumento nas áreas destinadas à produção agrícola na Amazônia, principalmente para o desenvolvimento de gado e dendezeiros.
A agricultura também exerce pressão significativa sobre a água, sendo este o principal uso desse recurso fundamental para a vida. 81% da água utilizada na produção agrícola não retorna à corrente superficial.
Além disso, essa agricultura tem uma alta demanda por combustíveis fósseis por máquinas para plantio, colheita, transporte, processamento e armazenamento da produção.
Referências
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