Benjamín Hill: biografia dos militares mexicanos

Benjamín G. Hill (1874-1920) foi um soldado que lutou na Revolução Mexicana no México entre 1910 e 1917. Ele ocupou posições importantes durante o conflito armado, incluindo o de governador do Estado mexicano de Sonora, bem como o ministro da Guerra e Marina do México.

Ele participou de campanhas militares que levaram vários presidentes ao poder, mas Hill não hesitou em defender uma luta que considerava justa, em um momento da história do México caracterizado por ditaduras sangrentas e condições de extrema pobreza que levaram seu povo a se levantar. .

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Benjamin Hill [Domínio público]
Via wikimedia Commons

Biografia

Benjamin Guillermo Hill Pozos nasceu em 31 de março de 1874 em San Antonio, Estado de Sinaloa. Seus pais eram Benjamín R. Hill Salido e Gregoria Pozos.

Primeiros anos

Desde a infância, Benjamin recebeu uma cuidadosa educação em diferentes cidades do México e do mundo. Aos sete anos, ele foi transferido de San Antonio para Culiacán, no mesmo estado de Sinaloa, onde frequentou seus estudos primários.

Mais tarde, ele cursou o ensino médio em Hermosillo e depois viajou para a Europa, ficou alguns meses na Alemanha e finalmente se estabeleceu em Roma, onde estudou em uma escola militar.

De volta ao México

Poucos dados são conhecidos sobre suas atividades na Europa. A próxima informação conhecida sobre Hill é que ele retornou ao México para se estabelecer em Navojoa, Sonora, onde trabalhou no campo.

Em 1908, ele foi nomeado vereador de Navojoa e logo começaria a tomar as medidas que o levaram a participar do conflito armado que estava prestes a começar em seu país.

Revolução mexicana em contexto

Esse evento histórico começou em 20 de novembro de 1910, durante a ditadura de Porfirio Díaz (1830-1915), que na época já ocupava quatro mandatos presidenciais em momentos diferentes e esse último mandato já havia atingido 26 anos ininterruptos.

Um dos eventos que começaram a Revolução Mexicana foi o anúncio de Diaz de não tentar uma nova reeleição e se retirar do poder ao final de seu mais recente mandato presidencial.

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A oposição ao governo viu com este anúncio a oportunidade de uma mudança e desse grupo surgiu Francisco Ignacio Madero (1783-1913), que lançou sua candidatura à presidência em turnê pelo país em busca de apoiadores para criar um partido político.

Finalmente, Porfirio Díaz não cumpriu sua promessa, relançou sua candidatura para o quinto mandato presidencial e pessoas como Madero foram presas. Ainda faltavam sete anos para a promulgação da Constituição de 1917, que para alguns historiadores marcaria o fim da revolução mexicana.

Benjamin Hill junta-se à campanha Madero

Em 1909, Hill foi atraído pelo movimento iniciado por Madero e ingressou em sua campanha presidencial, opondo-se publicamente ao presidente Porfirio Díaz.

Ele promoveu amplamente a leitura do livro de Madero: A sucessão presidencial (1908), que Hill chamou de “o brilho da democracia”. Por esse motivo, ele distribuiu duzentas cópias da obra no vale de maio e em Alamos.

Em 1910, ele criou clubes para a causa anti-reeleitoral em Nogales e Alamos, além de oferecer acompanhar Madero em sua turnê em Sonora, a fim de servir como guia e apoiá-lo na transmissão de sua mensagem.

Essa ação incomodou o governador de Sonora, Luis Emeterio Torres, que no final daquele ano ordenou a prisão de Hill na penitenciária de Hermosillo.

Apoio à Revolução Mexicana

Em abril de 1911, Hill foi resgatado da prisão por forças de Madero que aumentaram seu número durante os meses de confinamento. A experiência de expressar sua opinião o mudou, gerando em Hill uma rejeição ainda mais profunda do sistema que o aprisionara.

Ele imediatamente se juntou ao movimento armado contra Porfirio Díaz, participando da captura emblemática da Praça Navojoa em favor da causa Maderista.

Em maio de 1911, sua campanha militar parou momentaneamente como resultado dos tratados de Ciudad Juárez, que acabaram por causar a renúncia de Porfirio Díaz e a realização de eleições, nas quais Madero saiu vitorioso como novo presidente.

O apoio de Hill à revolução foi imediatamente recompensado por Madero, que em maio de 1911 concedeu a ele o posto de coronel e o cargo de chefe de operações militares de Sonora.

Novas batalhas

Estar do lado dos vencedores trouxe seus benefícios. Em 1912, Hill foi nomeado prefeito do distrito de Arizpe, Sonora, cargo que ocupou até fevereiro de 1913.

Hill ocupou então a prefeitura de Hermosillo, uma cidade que teve que se defender da rebelião do líder revolucionário Pascual Orozco (1882-1915) que se levantou contra o governo Madero.

Apesar de seus esforços, a rebelião contra Madero prosperou e o presidente foi morto, substituindo Victoriano Huerta (1850-1916).

A partir de então, Hill se juntou ao exército constitucionalista que surgiu após o golpe contra Madero, lutando na divisão noroeste sob o general Álvaro Obregón (1880-1928).

Nesse período, ele serviu como Chefe de Operações no sul de Sonora e participou da ocupação da praça Alamos, que ocorreu em 17 de abril de 1913.

Em setembro daquele ano, foi nomeado brigadeiro-general e, em 1914, voltou ao estado de Sonora para lidar com a sede das operações militares em Naco.

Nesse mesmo ano, as batalhas do Exército Constitucionalista deram frutos, conseguindo a renúncia de Victoriano Huerta à presidência.

Governador de Sonora

Após a partida de Huerta, a presidência foi ocupada pelo chefe do Exército Constitucionalista, Venustiano Carranza (1859-1920), que logo teve sérios confrontos com outros líderes revolucionários, como Francisco Villa (1878-1923).

Hill manteve sua lealdade a Carranza lutando a seu favor e foi recompensado por ser nomeado em agosto de 2014 como governador e comandante militar do Estado de Sonora.

De volta ao campo de batalha

A revolução continuou e Hill continuou a lutar em defesa do governo de Carranza. Em Naco, ele resistiu aos ataques dos villistas por três meses e participou da campanha de Bajío com seu ex-comandante Álvaro Obregón.

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Hill foi promovido a General de Divisão após a batalha de Trinidad e nomeado Chefe da Guarnição da Praça da Cidade do México.

Mudança de lado

Em 1920, a atuação de Carranza fez com que Hill deixasse de segui-lo e apoiasse o plano Agua Prieta, um manifesto que ignorava a liderança do comandante constitucionalista.

Ele viajou para o estado de Morelos, onde obteve o apoio do general zapatista Genovevo de la O (1876-1952) e continuou lutando na rebelião militar que terminou com o assassinato de Carranza em maio daquele ano e a nomeação de Álvaro Obregón como novo presidente.

Morte inesperada

Obregón não esqueceu a contribuição de Hill para a causa e em 1º de dezembro de 1920 o nomeou Ministro da Guerra e Marinha.

Hill permaneceu menos de quinze dias no cargo, desde que morreu em 14 de dezembro na Cidade do México, aos 46 anos de idade.

Embora alguns historiadores apontem que Hill estava doente com câncer, a hipótese mais comum era que ele morreu envenenado depois de assistir a um jantar.

Eles afirmam que a ascensão vertiginosa dos militares atraiu tanta atenção que alguns o viram como um futuro candidato à presidência. Os parentes dos militares culparam Plutarco Elías Calles por sua morte, que assumiu a presidência quatro anos após a morte de Hill.

As realizações militares de Hill continuam sendo valorizadas até hoje, especialmente no Estado de Sonora, onde um município foi batizado com o nome de militares de Sinaloan, em homenagem a sua contribuição à Revolução Mexicana

Referências

  1. Arquivo Histórico de Sedena, 2010. Divisão Geral da Divisão Benjamin Hill. Retirado do arquivo histórico2010.sedena.gob.mx
  2. Héctor Aguilar Camín. (2017). A fronteira nômade: Sonora e a Revolução Mexicana. Extraído de books.google.co.ve
  3. Governo do México Secretaria de Defesa Nacional. (2019). Geral do Div. Benjamin G. Hill. Retirado de gob.mx
  4. História da Navojoa. (2019). Retirado de Navojoa.gob.mx
  5. Câmara Municipal de Benjamin Hill. (2019). História Retirado de benjaminhill.gob.mx

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