Como Resolver Equações de Dois Passos com Frações: Guia Completo

Última actualización: dezembro 6, 2025
  • Equações de dois passos com frações exigem desfazer duas operações sucessivas para isolar a variável.
  • A ordem recomendada é tratar primeiro somas e subtrações e depois multiplicações e divisões, usando operações inversas.
  • Dividir por uma fração equivale a multiplicar pelo seu recíproco, o que simplifica muito os cálculos.
  • Organização, verificação do resultado e prática constante reduzem erros típicos com frações em equações.

Equações de dois passos com frações

Resolver equações de dois passos com frações assusta muita gente, mas na prática é um processo bem lógico e até repetitivo quando você entende o raciocínio por trás. Em vez de sair decorando regras soltas, vale a pena enxergar cada equação como uma espécie de “desfazer” operações que já estão ali montadas. Assim, você consegue isolar a incógnita com segurança, mesmo quando aparecem frações com números decimais misturados.

Quando falamos em equações de dois passos, estamos lidando com igualdades algébricas que envolvem duas operações principais (por exemplo, multiplicação e subtração, ou divisão e adição) aplicadas à incógnita. Para chegar ao valor da variável, precisamos desfazer essas operações em uma ordem específica, usando operações inversas. Esse cuidado com a ordem é ainda mais importante quando surgem frações como coeficientes, já que multiplicar e dividir por frações exige atenção com numerador, denominador e, muitas vezes, com o uso do recíproco.

O que é uma equação de dois passos com frações?

Uma equação de dois passos é uma igualdade algébrica em que a variável (geralmente x, mas pode ser qualquer letra) está sujeita a duas operações distintas que precisam ser desfeitas para encontrar o seu valor. Essas operações costumam ser combinações como multiplicar e depois somar, dividir e depois subtrair, ou ainda somar e depois multiplicar. Quando uma dessas operações envolve frações, dizemos que é uma equação de dois passos com frações.

Um jeito prático de visualizar isso é lembrar que uma equação representa um equilíbrio entre dois lados separados por um sinal de igual (=). O que você fizer em um lado da equação precisa ser replicado exatamente no outro lado, para não quebrar esse equilíbrio. Então, se você acrescenta 3 unidades no lado esquerdo, também precisa somar 3 no lado direito; se divide por 2 em um lado, divide por 2 no outro, e assim por diante.

O papel das frações, nesse contexto, é atuar principalmente como coeficientes multiplicando a variável ou como termos isolados que aparecem somando ou subtraindo em algum dos lados. Por exemplo, em uma expressão como (9/2)x − 9,75 = 11,25, a fração 9/2 está multiplicando x, enquanto o número 9,75 está sendo subtraído. Para resolver, será preciso desfazer essas duas operações: primeiro a subtração, depois a multiplicação por 9/2.

O fato de termos números decimais, como 9,75 e 11,25, junto de frações não muda a lógica da resolução, mas exige cuidado nas contas. Podemos trabalhar diretamente com decimais, caso estejamos à vontade com isso, ou converter tudo para frações equivalentes, o que às vezes facilita a simplificação no fim do processo.

Resumindo a ideia central: equações de dois passos com frações são aquelas em que você precisa aplicar duas operações inversas, em sequência, para isolar a variável, cuidando sempre para manter a igualdade verdadeira. A presença das frações só muda a forma como fazemos a multiplicação ou a divisão, mas não altera a ordem lógica das etapas.

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Exemplo de equação de dois passos com frações

Entendendo a ordem das operações inversas

Para resolver qualquer equação com mais de uma operação, precisamos pensar em qual delas foi aplicada por último à variável, pois é justamente essa que deve ser desfeita primeiro. Em outras palavras, seguimos uma espécie de caminho de volta até o valor de x. Se x foi primeiro multiplicado e depois teve um número subtraído, na hora de resolver vamos desfazer a subtração antes e, em seguida, desfazer a multiplicação.

Isso se conecta diretamente à ideia de operação inversa: a adição é inversa da subtração, e a multiplicação é inversa da divisão (e vice-versa). Então, sempre que vemos um termo sendo somado ou subtraído de um lado, pensamos em desfazer essa ação com a operação contrária; quando a variável está sendo multiplicada ou dividida por um número (inclusive por frações), usamos a operação oposta para isolá-la.

Um esquema mental que ajuda é este: primeiro, lide com as somas e subtrações; depois, com as multiplicações e divisões. Assim, em uma equação como (9/2)x − 9,75 = 11,25, começamos eliminando o − 9,75 (somando 9,75 nos dois lados), e só depois nos preocupamos com o coeficiente 9/2 que multiplica x. Essa “prioridade” vale para a grande maioria das equações simples de dois passos.

É fundamental lembrar que tudo o que você fizer em um lado da equação precisa ser repetido do outro lado, de forma idêntica. Isso é o que mantém o sinal de igual verdadeiro. Se você somar 9,75 apenas no lado esquerdo, a igualdade deixa de valer. Em notação algébrica, os professores costumam mostrar a mesma operação escrita embaixo dos dois lados, indicando que a transformação é simétrica.

Quando entram frações no jogo, a lógica de operações inversas continua exatamente a mesma, mas muitas pessoas se confundem na hora de dividir por uma fração. Nessa situação, em vez de pensar em “dividir por 9/2”, é mais intuitivo pensar em multiplicar pelo recíproco de 9/2, que é 2/9. Esse truque simplifica a conta e evita erros comuns com numerador e denominador.

Passo a passo em um exemplo com frações

Passo a passo de equação com frações

Vamos analisar com calma um exemplo típico de equação de dois passos com frações para ver como tudo isso funciona na prática. Considere a igualdade:

(9/2)x − 9,75 = 11,25

Aqui, a variável x está sendo multiplicada pela fração 9/2 e, em seguida, há uma subtração de 9,75 no lado esquerdo. O objetivo é encontrar o valor de x que faz com que essa igualdade seja verdadeira. Para chegar lá, vamos desfazer primeiro a subtração e depois a multiplicação pela fração.

1. Desfazer a subtração de 9,75

No lado esquerdo aparece − 9,75, então precisamos somar 9,75 a esse lado para que o termo desapareça. Porém, para manter a equação equilibrada, adicionamos 9,75 também no lado direito:

(9/2)x − 9,75 + 9,75 = 11,25 + 9,75

No lado esquerdo, − 9,75 + 9,75 se anula, restando apenas (9/2)x. No lado direito, fazemos a conta com números decimais: 11,25 + 9,75 = 21. Assim, chegamos a:

(9/2)x = 21

Essa primeira etapa tem um papel crucial: ela “limpa” a equação de termos independentes (números soltos) que atrapalham o isolamento da variável. Perceba que já reduzimos a expressão a algo bem mais simples, com x aparecendo em um único termo.

2. Desfazer a multiplicação por 9/2

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Agora, x está sendo multiplicado pela fração 9/2, então precisamos desfazer essa multiplicação. A operação inversa da multiplicação é a divisão; portanto, poderíamos pensar em “dividir os dois lados por 9/2”. Porém, ligar a ideia de divisão de frações ao recíproco costuma facilitar bastante.

O recíproco de uma fração é formado invertendo numerador e denominador. Assim, o recíproco de 9/2 é 2/9. Em vez de escrever:

x = 21 ÷ (9/2)

podemos escrever:

x = 21 × (2/9)

Essa transformação é válida porque dividir por uma fração é o mesmo que multiplicar pelo seu recíproco. Agora a conta fica bem mais amigável: 21 × 2/9. Vamos fazer essa multiplicação passo a passo.

3. Multiplicando 21 por 2/9

Ao multiplicar um número inteiro por uma fração, podemos enxergar o inteiro como uma fração com denominador 1. Assim, 21 é equivalente a 21/1. A multiplicação fica assim:

(21/1) × (2/9)

Multiplicamos numerador com numerador e denominador com denominador:

Numerador: 21 × 2 = 42
Denominador: 1 × 9 = 9

Logo, obtemos a fração 42/9. Então, x = 42/9. Essa é uma resposta válida em forma de fração imprópria (numerador maior que o denominador). Muitas vezes, porém, queremos simplificar ou escrever o resultado como número decimal ou como fração mista.

4. Simplificando a fração e interpretando o resultado

A fração 42/9 pode ser simplificada se houver um divisor comum entre 42 e 9, mas, nesse caso, o máximo divisor comum é 3. Dividindo numerador e denominador por 3, obtém-se:

42 ÷ 3 = 14
9 ÷ 3 = 3

Portanto, x = 14/3. Se quisermos converter para decimal, basta dividir 14 por 3, o que resulta em 4,666…, uma dízima periódica (4,6 com o 6 se repetindo). Dependendo do contexto, podemos arredondar, por exemplo, para 4,67, mas em matemática escolar normalmente indicamos apenas 4,666… ou 14/3.

O que importa é perceber que, ao seguir as duas etapas — primeiro desfazer a subtração de 9,75 e depois a multiplicação por 9/2 —, conseguimos isolar x sem violar a igualdade original. Esse mesmo esquema de raciocínio vale para outras equações de dois passos com frações, mesmo que os números envolvidos sejam diferentes.

Dicas práticas para trabalhar com frações

Trabalhar com frações em equações pode ficar muito mais tranquilo se você adotar alguns hábitos simples de organização. O primeiro deles é escrever cada passo com clareza, sem “pular” etapas na cabeça. Anotar explicitamente as operações que você está fazendo em cada lado ajuda a evitar confusões, principalmente na hora de somar ou subtrair números decimais com frações.

Outra dica valiosa é decidir, logo de cara, se você vai preferir trabalhar com decimais ou com frações em cada exercício. Se a equação traz muitos décimos, centésimos ou milésimos, pode ser mais cômodo transformar tudo em frações equivalentes (por exemplo, 0,25 vira 1/4, 0,75 vira 3/4 etc.). Já se você se sente mais confiante em contas com vírgula, dá para manter os decimais e tratar a fração principal com cuidado.

Quando o problema envolve um coeficiente fracionário multiplicando a variável, como (9/2)x, lembrar sempre do uso do recíproco é um “atalho” mental poderoso. Em vez de pensar em dividir por 9/2, basta multiplicar pelo recíproco 2/9. Em notação algébrica, isso costuma aparecer como:

x = 21 × (2/9)

Essa mesma lógica se aplica a qualquer fração não nula: se o coeficiente é a/b, o recíproco é b/a. Multiplicando pelos dois lados, você automaticamente “cancela” o coeficiente na frente de x e deixa a variável sozinha.

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Fique atento também à simplificação antes da multiplicação. Muitas vezes, é possível simplificar o numerador de um dos fatores com o denominador do outro, o que deixa a fração resultante menor e as contas subsequentes mais leves. Por exemplo, se tivéssemos algo como (9x/2) × (2/9), poderíamos cancelar o 9 do numerador com o 9 do denominador, e o 2 do denominador com o 2 do numerador, sobrando apenas x.

Por fim, não tenha medo de trabalhar com resultados fracionários. Em equações com frações, é bastante comum que a solução também seja uma fração. Não há nenhuma obrigação de transformar tudo em decimal, a menos que o enunciado peça explicitamente ou que a aplicação prática exija esse formato.

Erros comuns e como evitá-los

Ao resolver equações de dois passos com frações, existem alguns tropeços recorrentes que vale a pena conhecer para não cair neles. Um dos mais frequentes é esquecer de aplicar a mesma operação nos dois lados da equação. Isso “quebra” o equilíbrio da igualdade e gera um resultado completamente diferente do correto.

Outro erro típico é se confundir ao somar ou subtrair números decimais e frações no mesmo passo. Nesses casos, uma boa estratégia é escolher um único formato: ou converte tudo para fração ou converte tudo para decimal. Misturar representações sem cuidado aumenta bastante a chance de engano, principalmente com sinais de mais e menos.

Também é muito comum errar na hora de “dividir por uma fração”. Em vez de fazer a operação corretamente (transformar em multiplicação pelo recíproco), alguns estudantes acabam dividindo numerador e denominador de forma aleatória, o que leva a um valor completamente incorreto para a variável. Lembrar da regra “dividir por a/b é o mesmo que multiplicar por b/a” evita esse tipo de deslize.

Há ainda quem se atrapalhe com o uso de parênteses, principalmente quando há termos com sinal negativo. Esquecer de colocar parênteses em uma expressão como −(3/4)x pode mudar totalmente o sinal de um termo ao aplicar alguma operação subsequente. Ter o cuidado de escrever a equação de forma bem organizada, com parênteses sempre que houver risco de ambiguidade, é essencial.

Uma boa prática para reduzir esses erros é sempre conferir o resultado encontrado substituindo-o de volta na equação original. Se, ao colocar o valor de x, os dois lados da igualdade não baterem, é sinal de que houve algum erro no meio do caminho. Essa checagem final funciona como uma garantia de que o raciocínio foi bem aplicado.

No fim das contas, a melhor maneira de evitar enganos é treinar bastante, começando por exemplos simples e aumentando gradualmente a complexidade, sempre prestando atenção na ordem das operações e na manipulação correta das frações. Com o tempo, esse tipo de equação passa a ficar quase automático.

Quando você se acostuma com a ideia de desfazer operações em ordem inversa e domina o uso do recíproco das frações, equações como (9/2)x − 9,75 = 11,25 deixam de ser um bicho de sete cabeças e se tornam apenas mais um exercício de rotina. A chave está em manter a organização, respeitar a igualdade dos dois lados e tratar as frações com calma e atenção.

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