A fenologia é uma disciplina científica que é responsável por estudar a influência do ambiente nos vários eventos recorrentes da vida, ciclos próprios de plantas e animais.
O termo foi introduzido pelo botânico belga Charles Morren em 1849. Os fatores ambientais envolvidos poderiam ser variações climáticas sazonais ou anuais e aquelas pertencentes ao habitat, como a elevação da terra.
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O ciclo biológico dos seres vivos pode ser afetado pelo genótipo e por diferentes fatores climáticos. Atualmente é possível obter informações sobre o clima, a biologia e os fatores edáficos das diferentes culturas.
Além disso, os números sobre a duração do ciclo natural e da produção vegetal são encontrados em bancos de dados bastante acessíveis. No entanto, é possível que algumas vezes essas informações não estejam associadas entre si, nem relacionadas ao efeito que elas têm na morfologia das plantas.
Por isso, é importante o uso de escalas fenológicas, pois permitiriam estabelecer uma relação entre as informações biológicas da planta e os fatores ambientais que determinaram seu desenvolvimento.
Importância e aplicações
As análises das observações fenológicas são muito importantes. Isso ocorre porque eles podem dizer aos agricultores quando fumigar suas plantações ou ajudá-los a estabelecer um tempo adequado para plantar.
Além disso, qualquer variação nos estágios fenológicos das plantas afetaria a cadeia trófica, considerando que os vegetais são a base alimentar de animais herbívoros.
Esses registros também se tornam relevantes na área médica, pois seriam utilizados para avaliar as estações do florescimento das ervas, cujo pólen causa a doença conhecida como febre do feno.
O que estuda fenologia? (objeto de estudo)
O objetivo do estudo da fenologia é a descrição dos agentes que causam as variações sofridas pelos diferentes eventos. São naturais e recorrentes, como o florescimento de uma espécie de árvore ou o aparecimento de uma ave migratória em uma região específica.
A idéia é que possam ser estabelecidas correlações entre as datas de ocorrência do evento, os índices climáticos e os intervalos de aparência entre cada um deles. É por isso que afirma-se que na fenologia existe uma integração estratégica entre biologia, ecologia e meteorologia.
A fenologia é responsável por investigar as possíveis variações e reações de uma planta a diferentes fatores ambientais, tentando prever seu comportamento diante de possíveis novos ambientes ecológicos. Além disso, faz comparações cronológicas do mesmo evento em um determinado local.
Na viticultura, os estudos estabelecem um calendário de estágios anuais de crescimento. Estes podem ser utilizados no projeto da vinha e no planejamento dos diferentes recursos humanos, materiais e econômicos necessários para o desenvolvimento do plantio.
Metodologia
Em uma investigação fenológica, as observações podem ser realizadas considerando dois tipos de variáveis:
– variáveis independentes . Nesse caso, seria uma ferramenta para realizar pesquisas microclimáticas, onde são levadas em consideração as particularidades dos elementos ambientais de uma região.Um exemplo seria o estudo comparativo do florescimento da planta de abacaxi, plantada em duas datas diferentes, no estado de Carabobo, Venezuela.
– Variáveis dependentes . Nesse caso, eventos biológicos são usados como indicadores da presença ou ausência de certos fatores ambientais.
Métodos qualitativos
Informação local e regional
Uma fonte que deve ser levada em consideração é a informação que os residentes e estudiosos locais podem oferecer. Eles poderiam fornecer dados importantes sobre os padrões de comportamento do ambiente e os elementos naturais que o compõem.
Coleções existentes
Outra maneira de obter os dados fenológicos é a coleta de plantas que fazem parte dos herbários. Os dados também podem surgir “ad libitum” de outros especialistas na área ou em áreas relacionadas, cujo trabalho pode fornecer informações relevantes ao estudo.
Métodos quantitativos
Clássico
Este tipo de metodologia é baseada na coleta de dados quantitativos. Nesse caso, o registro do número de árvores com frutos pode ser mantido, sem levar em consideração a diferença na quantidade de frutos produzidos por cada planta.
Quantificação Fenológica
Nesse método, os registros mostram as diferenças quantificadas de cada parte da planta: as folhas, as flores ou os frutos, entre outros.
Cada uma dessas categorias pode ser subdividida, por exemplo, na reprodução, nos botões de flores, nos botões, nas flores, nas sementes, entre outros.
Estimativa de produção
Dependendo do objeto da investigação, algumas vezes é necessária uma estimativa. Esses dados podem não oferecer um alto grau de precisão, pois são baseados nas médias mostradas pelos dados parciais encontrados.
Quantificação das espécies caídas na terra
Se os objetos de estudo não estão na árvore, mas caíram no chão, eles podem ser contados por caminhos. São tiras com aproximadamente um metro de largura, onde a parte da planta em estudo (folhas, flores ou frutos) é coletada, identificada e contada.
Outra maneira de contá-los é colocar recipientes suspensos na árvore, onde colhem, por exemplo, os frutos que caem. Essas cestas podem ser colocadas aleatoriamente ou em árvores específicas.
-Computador a serviço da ciência
Atualmente, existem métodos computadorizados onde você pode estudar e analisar os dados fenológicos. Para isso, são tomados como base os princípios clássicos da fenologia, técnicas de amostragem fitossociológica e conceitualizações da análise de crescimento.
Este método estabelece que o desenvolvimento das fases da fenologia é um processo, onde as variáveis são seqüências aleatórias que evoluem de acordo com outras.
Além disso, permite uma comparação quantitativa, matemática e estatística entre o objeto em estudo e as variáveis de ambiente.
– Sensores aéreos
As novas tecnologias que estudam a Terra a partir do espaço permitem observar ecossistemas inteiros em escala global, através da abordagem de proxy. Esses novos métodos complementam a maneira tradicional de obter e registrar informações.
Uma investigação realizada na Universidade do Arizona, com base no índice de vegetação melhorado (EVI), usou o sensoriamento remoto para obter informações sobre a floresta amazônica durante a estação chuvosa. Isso mostrou que, ao contrário do que se pensava, durante a estação seca houve um crescimento notável da vegetação.
Fases fenológicas das plantas
Fase inicial
Este estágio começa quando a semente está em um estado de germinação. Durante esta fase, a planta é chamada de muda e toda a energia é orientada para o desenvolvimento de novos tecidos absorventes e fotossintéticos.
Fase vegetativa
Nesse período, a planta precisa de mais energia para atender às necessidades de crescimento das folhas e galhos. O final do estágio é marcado pelo florescimento da planta.
Fase reprodutiva
Começa com a frutificação. Uma das principais características desta fase é a detenção vegetativa. Isso ocorre porque os frutos começam a se desenvolver, absorvendo grande parte dos nutrientes que a planta obtém.
Identificação da fase
A escala estendida BBCH é um sistema de codificação usado para identificar os estágios fenológicos. Isto é aplicável em qualquer variedade de plantas, tanto monocotiledôneas quanto dicotiledôneas.
Um de seus princípios fundamentais é que a escala geral é básica para todas as espécies. Além disso, o código usado é comum para o mesmo estágio fenológico. É importante que características externas reconhecíveis sejam tomadas para fazer a descrição.
Estudos reais em fenologia
Plâncton e clima
Em 2009, foi realizada uma investigação no Mar do Norte, localizado entre as costas da Noruega e da Dinamarca. Isto foi baseado nas mudanças fenológicas no plâncton naquele habitat natural.
Atualmente, as larvas de equinoderme aparecem no plâncton 42 dias antes, em comparação com o que ocorreu há 50 anos. O mesmo vale para as larvas de peixes cirrepedes.
A investigação estabeleceu que existe uma estreita relação entre o aumento de 1 grau centígrado na temperatura dessa área, com a modificação da data em que os estados larvais dessas espécies apareceram.
A alteração na sincronização da abundância de plâncton poderia afetar os níveis tróficos mais altos. Se a população de zooplâncton não se adaptar às novas características do plâncton, sua sobrevivência poderá ser comprometida.
O impacto das mudanças climáticas no plâncton afeta o futuro do bioecossistema marinho. Além disso, isso influencia muito o meio ambiente nos níveis regional e global.
Fisiologia das culturas de girassol
Um grupo de pesquisadores, em 2015, realizou estudos sobre o cultivo de girassol. Eles concluíram que um bom processo de plantio é a chave para o alto rendimento das culturas dessa planta.
Neste estudo, foram analisadas a fisiologia e agronomia do cultivo de girassol. Isso forneceu uma base para o manejo de suas culturas e sua melhoria no nível genético.
O tempo entre a germinação e o broto das mudas deve ser curto. Isso permitiria obter plantas de tamanhos semelhantes, minimizando a competição entre as espécies. Além disso, o uso de recursos ambientais seria maximizado.
A temperatura do solo afeta a duração dos estágios fenológicos. Além disso, as diferenças entre cada data de plantio influenciam esses estágios. Além desses fatores, a umidade e o manejo do solo têm um impacto significativo no processo de germinação.
Os pesquisadores argumentam que existem vários aspectos agronômicos que devem ser considerados. O primeiro seria a data e a hora em que o plantio é realizado, considerando também as características das plantas.
Além disso, o espaço entre cada linha de plantio deve ser levado em consideração. Dessa forma, melhoraria a eficiência da produção das culturas de girassol.
Referências
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