O modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon é uma abordagem terapêutica amplamente utilizada no tratamento de dependências químicas, como o alcoolismo e o vício em drogas. Desenvolvido por Alan Marlatt e Judith Gordon, o modelo enfatiza a importância de identificar e modificar os fatores de risco que podem levar à recaída, promovendo estratégias de enfrentamento e habilidades de autocontrole. A abordagem busca prevenir recaídas através do fortalecimento da autoeficácia, da promoção de estilos de vida saudáveis e da mudança de comportamentos disfuncionais associados ao uso de substâncias. Este modelo tem se mostrado eficaz na redução de recaídas e no aumento da adesão ao tratamento, contribuindo para a recuperação e manutenção da sobriedade dos indivíduos.
Entenda a importância do plano de prevenção a recaída para a sobriedade contínua.
O modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon é uma abordagem eficaz para ajudar indivíduos a manterem a sobriedade contínua. Este modelo enfatiza a importância de um plano de prevenção a recaída, que consiste em identificar os gatilhos e as situações de risco, desenvolver estratégias de enfrentamento e estabelecer um plano de ação para lidar com possíveis recaídas.
Um dos aspectos-chave do modelo de prevenção de recaídas é a compreensão de que a recaída faz parte do processo de recuperação e não é um sinal de fracasso. Portanto, é fundamental que os indivíduos estejam preparados para lidar com possíveis recaídas e saibam como agir caso isso aconteça.
Ter um plano de prevenção a recaída bem estruturado pode ajudar os indivíduos a reconhecerem os sinais de alerta, evitarem situações de risco e lidarem de forma eficaz com os desafios que surgirem ao longo do caminho. Além disso, um plano de prevenção a recaída pode fornecer suporte e orientação durante os momentos difíceis, ajudando os indivíduos a manterem o foco na sobriedade.
Ao adotar as estratégias propostas pelo modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon, os indivíduos podem aumentar suas chances de sucesso e manter uma vida livre do uso de substâncias.
Estratégias para evitar a recaída em situações de vulnerabilidade e fragilidade emocional.
O modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon é uma abordagem eficaz para ajudar as pessoas a evitar recaídas em situações de vulnerabilidade e fragilidade emocional. Este modelo se baseia na ideia de que recaídas são um processo gradual e que podem ser evitadas através de estratégias específicas.
Uma das estratégias-chave do modelo de prevenção de recaídas é a identificação de situações de risco. É importante que a pessoa seja capaz de reconhecer gatilhos que possam desencadear uma recaída, como estresse, solidão ou pressão social. Uma vez identificados esses fatores desencadeantes, a pessoa pode desenvolver planos de ação para lidar com eles de forma saudável.
Outra estratégia importante é o desenvolvimento de habilidades de enfrentamento. Isso inclui aprender a lidar com emoções negativas de maneira construtiva, como através da prática de técnicas de relaxamento, meditação ou exercícios físicos. Ao desenvolver essas habilidades, a pessoa estará mais preparada para enfrentar situações de vulnerabilidade sem recorrer a comportamentos de risco.
Além disso, é fundamental que a pessoa tenha uma rede de apoio sólida. Ter amigos e familiares que possam oferecer suporte emocional e prático pode ser crucial para evitar recaídas. Essas pessoas podem ajudar a pessoa a manter-se motivada e a enfrentar desafios de forma mais eficaz.
Por fim, a manutenção de hábitos saudáveis também é essencial para evitar recaídas. Isso inclui manter uma rotina de sono adequada, uma alimentação balanceada e a prática regular de atividades físicas. Esses hábitos ajudam a manter o equilíbrio emocional e a fortalecer a resiliência da pessoa diante de situações de vulnerabilidade.
Ao identificar situações de risco, desenvolver habilidades de enfrentamento, contar com uma rede de apoio e manter hábitos saudáveis, a pessoa estará mais preparada para lidar com desafios e evitar recaídas.
Entendendo a importância da prevenção de recaída na Terapia Cognitivo-Comportamental.
Entendendo a importância da prevenção de recaída na Terapia Cognitivo-Comportamental é fundamental para garantir o sucesso do tratamento. A prevenção de recaídas é um dos pilares da abordagem terapêutica de Marlatt e Gordon, que visa evitar que o paciente volte a adotar comportamentos prejudiciais após ter alcançado a recuperação.
O modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon se baseia na ideia de que a recaída faz parte do processo de mudança e que é possível identificar e lidar com os gatilhos que podem levar o paciente de volta ao comportamento problemático. Para isso, são utilizadas estratégias cognitivas e comportamentais para ajudar o paciente a reconhecer e enfrentar situações de risco.
Um dos principais aspectos do modelo de prevenção de recaídas é a identificação dos fatores de risco que podem desencadear uma recaída. Isso inclui tanto os fatores externos, como situações estressantes ou pessoas que incentivam o comportamento problemático, quanto os fatores internos, como pensamentos negativos ou emoções intensas.
Por meio da Terapia Cognitivo-Comportamental, o paciente aprende a reconhecer esses gatilhos e a desenvolver estratégias para lidar com eles de forma saudável. Isso envolve a modificação de padrões de pensamento disfuncionais, a prática de habilidades de enfrentamento e a criação de um plano de ação para lidar com situações de risco.
Ao entender a importância desse processo e aplicar as estratégias do modelo de Marlatt e Gordon, é possível aumentar as chances de sucesso e promover a recuperação duradoura do paciente.
Identificando os sinais de uma possível recaída em seu processo de recuperação.
O modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon é uma abordagem que visa identificar os sinais que podem indicar uma possível recaída no processo de recuperação de um indivíduo. É importante estar atento a esses sinais para poder agir a tempo e evitar uma recaída completa.
Alguns dos sinais de uma possível recaída incluem isolamento social, alterações de humor repentinas, nostalgia por substâncias ou comportamentos anteriores, negligência com a rotina de cuidados pessoais, mentiras ou comportamentos enganosos, procrastinação e recaída em padrões de pensamento negativos.
É fundamental que a pessoa em processo de recuperação esteja atenta a esses sinais e procure ajuda profissional ou apoio de amigos e familiares caso perceba a ocorrência de alguns deles. A prevenção de recaídas é um processo contínuo e requer vigilância constante.
O modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon
O modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon é uma alternativa terapêutica eficaz para pessoas com transtorno de dependência que estão na fase de manutenção. É usado principalmente para tratar o alcoolismo, mas também usado para outras substâncias.
Baseia-se em uma série de estratégias para trabalhar com habilidades de enfrentamento, reestruturação cognitiva e promoção de um estilo de vida saudável.
modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon: Features
O modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon foi desenvolvido por esses dois autores em 1985. Faz parte de uma terapia cognitivo-comportamental, chamada CBT , destinada a tratar alguns distúrbios viciantes, como o alcoolismo.
Assim, a TCC é formada por dois componentes: prevenção de recaídas e enfrentamento nas habilidades sociais e de enfrentamento (Coping / social skills training, CSST). No entanto, o modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon também pode ser aplicado isoladamente.
Esse modelo consiste em um ramo de programas cognitivos comportamentais e, além disso, é o tratamento de primeira escolha para o tratamento do alcoolismo, que por sua vez inclui diferentes técnicas psicológicas.
O principal objetivo do modelo é para ensinar, treinar e capacitar o paciente a viver recaídas como parte do processo de desintoxicação , e como uma forma de aprendizagem, o que permite ser a aquisição de novos hábitos saudáveis. No outro lado, como o próprio nome sugere, e embora recaídas são “normal” e parte do processo, o modelo tem uma missão para impedi-los de reaparecer no futuro.
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A recaída nas drogas
Assim, o modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon se concentra em recaídas que muitas vezes aparecem durante a fase de manutenção de um transtorno aditivo, ou, comumente chamada de fase de desintoxicação.
Mas exatamente o que é isso recaída? Marlatt (1993) definiu como “um processo de transição, uma série de eventos que pode ou não ser seguido por um retorno para níveis básicos de comportamento observável objectivamente antes do tratamento”.
Ou seja, pode ser um estado pontual, nem sempre precisa ser um ponto de “não retorno” durante o processo de desintoxicação ; não têm necessariamente a envolver retorno ao início da caixa de tratamento.
Fatores cognitivos
De acordo com o modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon, no processo de recaída de vícios, três fatores cognitivos interagem :
- Autoeficácia: ou seja, a capacidade percebida de enfrentar situações.
- As expectativas dos resultados do comportamento de consumir.
- As atribuições da causalidade.
Efeito de violação de abstinência (EVA)
O modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon propõe um conceito essencial, o chamado Efeito de Violação da Abstinência (EVA). Esse efeito surge quando a pessoa decide consumir novamente (no caso do alcoolismo), ou seja, quando ocorre uma recaída. Trata-se, em seu discurso, dois elementos cognitivo-afetivos:
1. Um dos efeitos da dissonância cognitiva.
Há uma dissonância cognitiva no sujeito que está prestes a beber ou que bebe diretamente (mas não sabe se deve continuar a fazê-lo), pois seus interesses conflitam (abstinência e recuperação) com seus desejos (bebida). É uma dissonância cognitiva.
2. Um efeito de atribuição pessoal
Se, uma vez que o assunto cai, ele atribui a ocorrência do comportamento de beber de novo (atribuição pessoal) a fatores internos e globais estáveis, em seguida, ele reduz sua resistência a tentações futuras para fazê-lo novamente .
Ou seja, a perda de controle que leva uma pessoa viciada em álcool a beber novamente é determinada pelo efeito da violação da abstinência.
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Treinamento
Alguns anos depois, o modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon, em 1995, o próprio Marlatt desenvolveu, juntamente com outro autor, Dimeff, um treinamento específico de prevenção de recaídas , intimamente relacionado ao modelo inicial. Este treinamento distinguiu muito bem dois termos: a “queda” e a “recaída” e, com base nessa diferença, desenvolveu-se através de uma sequência de etapas:
- Informe o assunto de que possíveis recaídas.
- Diferenciando vs. queda recaída.
- Assuma o papel no processo de queda ou recaída.
- Analise os fatores que o levaram a cair ou reagir.
- Treine habilidades específicas de enfrentamento em situações de alto risco.
- Treiná-lo na tomada de decisões no sentido de situações de alto risco não-consumo.
- Para treinar estratégias de enfrentamento global e estilo de vida para permanecer abstinente.
Indicações em terapia
Como vimos, o modelo de prevenção de recaídas de Marlatt e Gordon é usado para tratar distúrbios aditivos a certas substâncias (drogas), principalmente alcoolismo (onde foi demonstrada terapia eficaz e de primeira escolha).
Por outro lado, o modelo também é indicado para tratar a dependência de heroína e provavelmente é considerado eficaz para esse tipo de distúrbio. Além disso, neste caso, o modelo adopta uma variedade de formatos na literatura. Geralmente faz parte de uma terapia cognitivo-comportamental mais ampla (como no caso do alcoolismo).
Referências bibliográficas:
- Cavalo (2002) Manual para tratamento cognitivo-comportamental de distúrbios psicológicos. Vol. 1 e 2.
- Castilla, P. (2016). A prevenção de recaídas no uso de drogas a partir do modelo de Marlatt. Contribuições do trabalho social. Serviço social hoje, 77: 109-133.
- Marlatt, GA (1993). A prevenção de recaídas em comportamentos aditivos: uma abordagem de tratamento cognitivo-comportamental. Em M. Casas e M. Gossop (Eds.), Prevenção de recaídas e recaídas (pp.137-160). Sitges: Edições em Neurociências.
- Secades, R. e Ramón, J. (2003). Guia para tratamentos psicológicos eficazes para dependência de drogas: álcool, cocaína e heroína.