O boom do cacau no Equador refere-se a uma época em que a alta demanda por cacau fez do Equador o primeiro exportador de cacau do mundo.
Esse período ocorreu entre o final do século XIX e o início do século XX. Durante esse período, a economia exportadora equatoriana teve um crescimento importante.
Desde 1870, a produção de cacau na área da costa e das montanhas começou a aumentar muito rapidamente.
Isso produziu um excedente que começou a ser exportado e gerou um excedente de lucro nunca antes visto pelos agricultores locais.
O boom do cacau no Equador
O cacau é quase automaticamente associado ao chocolate, embora seja um de seus principais usos, também é útil na produção de manteiga, produtos de higiene e beleza, além de outras variedades de alimentos e bebidas revestidos de chocolate.
O solo das regiões costeiras do Equador é incrivelmente fértil e, adicionado a um clima muito constante (onde não há quatro estações), as terras equatorianas permitem o cultivo de cacau e outros produtos agrícolas ao longo do ano.
Na última parte do século XIX, as boas condições climáticas da costa e das terras altas do Equador começaram a ser exploradas para a obtenção de cacau.
Rapidamente, os pequenos agricultores perceberam que podiam colher facilmente o produto, obtendo excelentes margens de lucro.
Com a chegada do século XX, o Equador se tornou o maior produtor mundial de cacau, exportando seu produto principalmente para a Europa, Japão e Estados Unidos.
O cacau cultivado nas montanhas era destinado ao consumo local, enquanto o obtido na zona costeira era exportado.
Benefícios do boom do cacau
Observando o excelente trabalho realizado por pequenos agricultores e camponeses, o governo equatoriano decidiu promover ainda mais a indústria do cacau, concedendo numerosos empréstimos a juros baixos e reduzindo os impostos para as exportações.
A infra-estrutura das cidades onde o cacau foi produzido e exportado melhorou drasticamente, assim como sua economia.
A criação de empregos começou a atrair cada vez mais produtores ansiosos para entrar no negócio de cacau.
Consequências negativas
No entanto, o boom do cacau no Equador também trouxe algumas consequências negativas.
Vendo o potencial da terra para o cultivo, surgiram proprietários de terras que controlavam imensas quantidades de terra, fazendo o pequeno agricultor desaparecer, que não tinha escolha a não ser tornar-se trabalhador.
Enquanto os trabalhadores eram explorados, os grandes produtores acumulavam imensas quantias de dinheiro que nunca foram reinvestidas no Equador, mas destinadas a investimentos em países estrangeiros.
A chegada da Primeira Guerra Mundial em 1914 reduziu bastante a demanda por cacau na Europa. Além disso, várias colônias britânicas na África começaram a produzir cacau a um preço muito baixo, o que acabou levando os produtores equatorianos à falência.
Situação atual
Apesar de ter sofrido quedas sérias na produção, a demanda de cacau finalmente voltou a crescer.
Mais uma vez, os pequenos agricultores começaram a cultivar o produto de maneira mais organizada. Atualmente, o Equador é o maior fornecedor de cacau fino do mundo.
Referências
1. Boom de cacau (17 de junho de 2012). Recuperado em 31 de outubro de 2017, de Auge Cacaotero.
2. Elia Arcas (sf). Usos e propriedades do cacau. Recuperado em 31 de outubro de 2017, de En Buenas Manos.
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4. Galo Ramón Valarezo, Victor Hugo Torres (2004). Desenvolvimento local no Equador.
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