A Revolução Chinesa de 1949 ou a Revolução Comunista Chinesa, encerrou os conflitos civis que atormentavam a China internamente há décadas e significava a consagração e o estabelecimento da República Popular da China, sob o comando de Mao Tse Tung, então líder do Partido. Comunista da China.
O estágio que culmina na consolidação da Revolução Chinesa e do Partido Comunista durou cerca de quatro anos (1945-1949) e também é conhecido como Terceira Guerra Civil Revolucionária.
Desde a década de 1920, os conflitos internos da China pioraram em duas guerras civis e um confronto militar contra o Japão, acumulando décadas de violência e mortes civis.
O principal adversário de Mao e seus seguidores comunistas foi o Partido Nacionalista da China, liderado pelo general Chang Kai Shek, que então exercia o poder máximo na República da China.
Após anos de luta, as forças nacionalistas foram derrubadas e deslocadas pelos comunistas, proclamando a República Popular da China com a captura de Pequim em 1º de outubro de 1949.
O início de uma nova república na China sob um sistema comunista liderado por Mao Tse Tung resultaria no processo lento, mas constante, que levaria ao fortalecimento da China durante o século XX, fortalecendo-se da Revolução Cultural (1966-1977) e consolidando como uma das maiores potências mundiais quando o século XXI chegar.
Causas da Revolução Chinesa
A desigualdade social do Império Chinês
Sob o poder da última grande dinastia, o fosso social entre os habitantes, especialmente os camponeses, era extremamente amplo.
As grandes áreas de terra pertenciam a proprietários de terras e classes privilegiadas, o que representava uma baixa porcentagem de habitantes.
As condições dos camponeses e das aldeias do interior da China foram afetadas pelo pouco cuidado prestado pelo imperador e pela cúpula do poder na capital.
Estima-se que os primeiros pensamentos revolucionários foram introduzidos na Rússia, observando como o levante contra o czarismo resultou em um novo sistema de benefício coletivo.
Colonialismo e perda de territórios
A dinastia Qing, a última no poder, demonstrou notável ineficiência no que diz respeito à proteção dos territórios da China.
Ele é responsável por ter perdido o controle sobre Taiwan e os territórios da Coréia, além de permitir a captura da Manchúria e a invasão do território chinês pelos japoneses.
A invasão territorial da China começou a mostrar sinais de colonialismo que cidadãos com pensamentos insurrecionais queriam erradicar de seus territórios.
A perda do porto de Hong Kong representou um dos pontos finais da tolerância e das fraquezas internas da China.
Conflitos internos
Um dos principais conflitos anteriores à Revolução Comunista acabou sendo a Guerra do Ópio, na qual a China foi claramente humilhada contra os principais impérios e potências do século XIX, como a Inglaterra.
O ressentimento e o desejo de se estabelecer como uma nação de grande força começaram a tomar forma nas novas gerações de cidadãos chineses.
Rebeliões internas começaram no nível regional que a Dinastia Qing não podia controlar, demonstrando sua crescente fraqueza contra os assuntos internos da nação que procurava liderar.
A expansão do comunismo e do pensamento anticapitalista
A consolidação de idéias comunistas em alguns territórios da Europa Oriental, como a Rússia, começou a se espalhar por territórios asiáticos, bem como a rejeição do sistema ocidental que se manifestou nos Estados Unidos e em seus principais aliados europeus.
As idéias tomaram forma e os cidadãos camponeses e proletários começaram a se formar sob as diretrizes de um Partido Comunista da China, que recebeu todo o apoio de uma União Soviética recém-fundada e aparentemente poderosa.
Consequências da Revolução Chinesa
Deslocamento e formação de uma república paralela
O triunfo comunista forçou os nacionalistas a fugir para a ilha de Taiwan, território que nunca poderia ser retomado pela República Popular, e onde procuravam perpetuar o caráter original da República da China, sob a liderança do Partido Nacionalista.
Durante anos, a República Popular e a República da China continuaram reconhecendo sua própria legitimidade.
O primeiro ficou conhecido como China comunista e o segundo como China nacionalista.
No entanto, os anos se passaram e o resto do mundo começou a reconhecer a República Popular da China como a legítima nação chinesa, relegando a República formada em Taiwan a um estado soberano de reconhecimento parcial.
Medidas drásticas e sigilo econômico
Uma vez estabelecida a República Popular, as medidas econômicas não demoraram muito. Embora projetados para fornecer novas condições de vida à população, eles levaram anos para produzir os efeitos desejados, devido a um sistema interno desequilibrado e desigual.
Jobs desenvolveu que essas decisões levaram a população chinesa a uma grande crise de fome e morte; Estima-se que as vilas e esquinas mais pobres e remotas tenham recorrido ao canibalismo.
Rejeição e ignorância do passado cultural
Alega-se que, sob as ordens de Mao, grande parte do passado cultural e intelectual chinês até então era desconhecido e destruído, pois representava as idéias fascistas que mantiveram a sociedade chinesa sofrendo por tanto tempo.
Décadas depois, a revolução cultural proporcionaria uma consolidação do pensamento comunista, fechando ainda mais os sistemas e percepções do Ocidente.
Tensão crescente com o Ocidente e os Estados Unidos
A consolidação comunista chinesa e o decidido apoio soviético no meio da Guerra Fria não foram bem-vindos pelos Estados Unidos da América e seus aliados europeus, que durante os anos de conflito civil apoiaram o lado nacionalista derrotado.
Isso geraria uma tensão crescente entre os principais blocos políticos e militares do mundo, tensão que se estende até os dias de hoje, quando todas as decisões são tomadas com cautela diante dos movimentos umas das outras.
Referências
- Bianco, L. (1971). Origens da Revolução Chinesa, 1915-1949. Stanford University Press.
- Ch’en, J. (1966). Mao e a Revolução Chinesa: seguidos por trinta e sete poemas de Mao Tse-Tung. Barcelona: Oikos-Tau.
- Fairbank, JK (2011). A grande revolução chinesa, 1800-1985. Nova York: Haper & Row.
- Isaacs, H. (2009). A tragédia da revolução chinesa. Chicago: Haymarket Books.
- Tamames, R. (2007). O século da China: de Mao à primeira potência do mundo. Barcelona: Editorial Planeta.