Sociologia rural: características, autores e abordagens teóricas

A sociologia rural é um ramo da sociologia que estuda as comunidades que se desenvolvem fora dos centros urbanos, tendo em conta a interação dos indivíduos com o meio ambiente, os conflitos que possam surgir entre eles, a convivência, o acesso a alimentos e outros recursos naturais dos habitantes das aldeias e / ou campos.

Um dos aspectos mais importantes da sociologia rural também tem a ver com aspectos mais complexos, tais como: leis que regulam o trabalho fundiário, educação, sistema de saúde, propriedades estatais, alteração populacional e migração de seus habitantes Em direção a centros urbanos.

Sociologia rural: características, autores e abordagens teóricas 1

As primeiras suposições sobre a sociologia rural se originaram nos Estados Unidos no final do século XIX, encontrando seu esplendor máximo desde o início e meados do século XX.

Caracteristicas

A agricultura como suporte econômico

Uma das características mais importantes de uma sociedade rural é a dependência da agricultura (pecuária e até silvicultura), como principal meio de apoio econômico e alimentar.

Graças a isso, cria-se uma distância entre esse tipo de produtor e os indivíduos que vivem em centros urbanos, pois possuem características e dinâmicas diferentes.

Movimento área-cidade rural

Esse ramo leva em consideração o êxodo dos habitantes para os centros urbanos e até para o exterior. No entanto, deve-se notar que o fenômeno também é considerado, mas vice-versa; isto é, aquelas pessoas que deixam as cidades para ir para o campo.

Família como núcleo principal

A família é o principal núcleo de desenvolvimento da comunidade rural.

Vinculado a outras disciplinas

Por levar em conta o comportamento dos indivíduos, suas necessidades e interação, também está ligado a outras disciplinas, como psicologia social e economia.

Influência de políticas

Salienta o florescimento de situações e conflitos que podem ter políticas relacionadas à posse da terra e à sua produção, que também influenciam a distribuição da riqueza de acordo com os modos de produção predominantes.

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Novas tecnologias

Considere a introdução de novas tecnologias para o trabalho na terra e como o indivíduo se conscientiza de que não é mais a única base da força econômica de um país.

Autores em destaque

Pitirim Sorokin e Carle Clarke Zimmerman

Considerada uma das figuras mais importantes da sociologia rural, Pitirim Sorokin era um sociólogo americano de origem russa, que levantou uma série de postulados não convencionais na sociologia, especialmente focados nas comunidades rurais.

Autor de 37 livros e mais de 400 artigos, Sorokin se concentrou especialmente no desenvolvimento de interações sociais e na distribuição de riqueza, bem como no processo cultural das sociedades.

Princípios de trabalho

No entanto, é no trabalho Princípios da sociedade rural-urbana de 1929, também realizado em conjunto com a socióloga Carle Clarke Zimmerman, onde são levantados os principais fundamentos dessa disciplina.

Tanto Sorokin quanto Zimmerman, concentram-se em uma série de características constantes nas sociedades rurais:

-A maioria das pessoas trabalha na terra, embora existam outras pessoas, mas em quantidades menores.

-O ambiente em que as pessoas funcionam é a natureza, que também é a principal fonte de trabalho e recursos.

-A densidade populacional é mais homogênea do ponto de vista da fisionomia e da psicologia.

-Mobilidade é dada a quem procura sair das cidades em torno desse ambiente.

-As relações entre os indivíduos são muito mais próximas e duradouras, diferentemente das desenvolvidas nos centros urbanos, pois geralmente têm vida curta e curta.

Ambos os autores também destacam um componente-chave para esse tipo de sociedade e têm a ver com a interação do homem com a natureza. Devido às características que o ambiente pode ter, o indivíduo é obrigado a permanecer próximo de seus meios de produção, a fim de garantir sua subsistência.

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Uma conseqüência disso é o fenômeno da pouca diversidade existente neste tipo de sociedade, produzindo, além disso, que os indivíduos compartilham traços físicos e psicológicos, embora com um grande senso de solidariedade de grupo.

Abordagens teóricas

Abordagem clássica

O que entendemos agora como sociologia rural é um conceito moderno das escolas de sociologia e economia agrícola dos Estados Unidos na primeira metade do século XX. No entanto, os termos “urbano” e “rural” já foram estudados e analisados.

Inicialmente, considerou-se que os industrializados urbanos se referiam aos centros de maior densidade populacional, enquanto o ambiente rural era destinado às comunidades instaladas nas cidades e em espaços menores.

Mesmo teóricos como Comte e Marx, eles subestimaram o rural porque os consideram espaços com pouco potencial de desenvolvimento.

Ferdinand Tonnies

Por outro lado, será o sociólogo alemão Ferdinand Tonnies que estabelecerá a distinção entre rural e urbano, de acordo com uma série de características que resgatam elementos históricos e políticos que nos permitirão entender o funcionamento de ambos os ambientes.

Segundo Tonnies, o campo é caracterizado por relações emocionais e por ter a Igreja e a família como base, como os principais núcleos de educação e interação. Por outro lado, destaca também que, no caso das cidades, a fábrica é o coração dela e que, graças a isso, surgem relações mais complexas e até competitivas.

Novos paradigmas: Sorokin e Zimmerman

No entanto, com o tempo, uma série de postulados que quebraram o paradigma dos princípios desses pensadores clássicos será formulada ao longo do tempo.

Nesse novo paradigma, estabelece-se que o rural e o urbano não devem ser vistos como dois elementos estranhos um ao outro, mas como sociedades com limites que podem se confundir em determinadas ocasiões. É aí que se levanta o chamado “continuo rural-urbano”.

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O modelo foi proposto inicialmente por Sorokin e Zimmerman, que insistiam em propor que os dois ambientes compartilhassem uma interação entre si, produzindo um relacionamento complexo e recíproco.

Isso, de certa forma, indica que esses conceitos não podem ser simplificados, sobretudo, porque houve um crescimento da atividade econômica, substituindo a atividade agronômica como principal peça de sobrevivência; sem descurar a constante interação das sociedades urbanas e rurais.

Embora esse modelo insista em apresentar que não existe essa diferença, alguns autores indicam que esse tipo de dicotomia é necessário para entender a complexidade das interações sociais e humanas.

Referências

  1. (O rural e o urbano como categorias de análise social). (sf). No Ministério da Agricultura e Pescas, Alimentos e Meio Ambiente. Retirado: 1 de fevereiro de 2018 do Ministério da Agricultura e Pescas, Alimentação e Meio Ambiente de mapama.gov.es.
  2. (As origens: Ruralidade e Agrarianismo). (sf). No Ministério da Agricultura e Pescas, Alimentos e Meio Ambiente. Retirado: 1 de fevereiro de 2018 do Ministério da Agricultura e Pescas, Alimentação e Meio Ambiente de mapama.gov.es.
  3. Ferdinand Tonnies. (sf). Na Wikipedia Retirado: 1 de fevereiro de 2018 da Wikipedia em en.wikipedia.org.
  4. Pitirim Sorokin. (sf). Na Wikipedia Retirado: 1 de fevereiro de 2018 da Wikipedia em en.wikipedia.org.
  5. Pitirim Sorokin. (sf). Na Wikipedia Retirado: 1 de fevereiro de 2018 da Wikipedia em en.wikipedia.org.
  6. Sociologia Rural (sf). Em Ecured Retirado: 1 de fevereiro de 2018 de Ecured em ecured.cu.
  7. Sociologia rural. (sf). Na Wikipedia Retirado: 1 de fevereiro de 2018 da Wikipedia em en.wikipedia.org.

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