O asyndeton é um recurso literário que se baseia na omissão ou não colocação dos conectivos ou links entre palavras ou frases com a intenção de tornar o texto mais fluido e dinâmico.
Um exemplo de um assíndeto é “eu te amei demais, sabe, daqui até a Antártica, até a lua, até o infinito, sempre”. A palavra asyndeton é originária do grego asyndeton , que é traduzido como ilimitado. Nesse sentido, o assíndeto consiste em omitir ou negligenciar os links das palavras.
O asyndeton suprime as conjunções, mas as pausas e a tonalidade do texto são marcadas pela vírgula (,) que é colocada entre as palavras que compõem a afirmação ou frase. Por outro lado, a omissão dos links é feita de forma consciente ou intencional para dar flexibilidade e intensidade ao conteúdo.
Características do Assíndeto
O asyndeton é caracterizado pelos seguintes aspectos:
– Sem vínculos
O asyndeton é caracterizado por omitir a colocação de elos ou conjunções para dar velocidade e fluidez ao que é expresso.
Exemplo:
Os pássaros voaram rápido, perfumado, cinza, leve, transportado pelo ar.
– Presença de coma
Embora o assinante distribua ou descarte as conjunções, ele usa a vírgula (,) para conseguir a separação das palavras e, ao mesmo tempo, interrompe a entonação da sentença.
Exemplo:
“O mar que eu era” (Juan Ortiz)
Eu andei, eu queria, eu amei, eu andei, procurei seus olhos olhando,
Negligenciei a cidade, a casa, a escrivaninha, a poesia, a vida que passaria de dias em dias no relógio,
e eu sabia mais sobre mim, minha voz, meus passos, meu povo, minha essência e minha terra pisada por touros peregrinos …
O que será ?, não sei, nem saberei, nem sentirei, nem andarei, nem respirarei, que é a existência passada do mar que eu era.
– Acelerar
O asyndeton acelera o desenvolvimento e a leitura dos textos nos quais é aplicado. Nesse sentido, o conteúdo ganha velocidade e há uma mudança na entonação e no ritmo.
Exemplo:
O gato veio, veio, miou, ronronou, viveu, morreu e tudo em uma caixa simples.
– Mudança sintática
O uso do assíndeto em uma frase faz com que a estrutura sintática ou a maneira comum pela qual as palavras são organizadas sejam ligeiramente modificadas. Isso ocorre precisamente devido à ausência de links.
Exemplo:
“Ele veio, ele veio, ele viveu, Maria” por causa de quão comum e ordenado seria “Maria veio e foi, ele simplesmente viveu”.
– justaposição
O assíndeto é um recurso literário que ocorre na justaposição de sentenças. Ou seja, naqueles que não têm conjunções para se unir e que, pelo contrário, são separados um do outro por sinais de pontuação.
Exemplo:
Pedro cuida dos cachorros, Petra varre a frente, Luis recolhe as folhas.
– Narrativa
Em geral, o assíndeto como elemento retórico é aplicado para narrar e descrever personagens, ações ou paisagens.
Exemplo:
“Foi” (Juan Ortiz)
Era lindo, como a vida, as flores, o mangue amanhecido, o caracol nas cebales,
ela era, tão simples, tão azul, tão céu, tão ar, tão necessário, tão vida.
Ele andava com os cabelos castanhos, olhos azuis, corpo da palma da mão, olhar trespassado, alto, mordedor, isolado no verbo, como tudo perigoso que ameaça a existência e dá razão à vida.
Recursos
O asyndeton é uma ferramenta literária que os autores aplicam com a intenção de causar agilidade e fluidez no texto, omitindo ou se livrando de links e conjunções. Essa técnica faz narrativas, poemas e declarações ganharem expressividade, intensidade, drama e dinamismo.
No entanto, o assíndeto é usado em todos os gêneros literários em virtude de seu caráter dinâmico e ágil. Por outro lado, essa figura retórica é mais fácil de identificar na linguagem escrita devido à presença de vírgulas. Enquanto na linguagem oral, é especificado através de pausas na entonação da sentença.
Exemplos de assíndetos
Em frases
– Ele era jovem, determinado, estudioso, preparado, cuidadoso, metódico, atencioso.
– A viagem foi lenta, irritante, tempestuosa, barulhenta, desconfortável, cara.
– A comida era fria, sem graça, sem gosto, gordurosa, desagradável.
– A noite fria, solitária, clara, escura, recente, marinha.
– As lindas, vermelhas, lisas, alongadas e perfumadas flores.
– O cachorro de um braço, magro, esquecido, frio, mudo, magro, sarnento e maltratado.
– O gato feliz, ronronante, fino, ágil, analítico, quieto e submisso.
– O barco rápido, sinuoso, marinho, branco, vela, luz, sol , noite, ilha.
– As crianças felizes, felizes, pulando, altas, baixas, felizes, cantando.
– Xadrez, ciência, pensamento, vida, morte, sabedoria, conhecimento, o real, o divino.
– Música, a linguagem da alma, do celeste, o divino, o oculto, o sangue, o espírito.
Na narrativa
E ele caminhou pela paisagem desértica, quente, arenosa, hostil, cercada por dunas intransitáveis. Ele podia lidar com isso porque era meticuloso, analítico, preparado, paciente; se o tivesse, encontraria uma saída em pouco tempo.
Os segundos, minutos, horas se passaram, o dia, a noite, uma semana, outra e, na terceira, ele conseguiu encontrar o caminho certo para sair da armadilha que o destino havia estabelecido para ele.
Era difícil, complicado, difícil, cruel, sim, mas ainda o fortalecia.
Na poesia
“Será inútil” (Juan Ortiz)
Será inútil andar na sombra, na luz, na noite, no dia, na calçada, na estrada,
Da mesma forma, acabaríamos pálidos, simples, deitados, sem vida,
Bem, homens simples, conchas, luzes apagadas para algo estranho que os trouxe.
Em silêncio, com barulho, aqui, ali, na China, EUA, Espanha, Pequim, cada lugar habitável, com cada sensação circundante, iremos ao pó com ossos a um custo.
Toda luz rompe, toda sombra desmorona, amplia, corta, cruza, passa e invade nossa existência.
Será inútil, tivemos sorte de homens, humanos, simples, mortais, fugazes, sóis sairem cedo todos os dias.
Referências
- Assíndeto. (2019). Espanha: Wikipedia. Recuperado de: es.wikipedia.org.
- Exemplos de assíndetos. (2015). (N / A): retórica. Recuperado de: reticas.com.
- Sancler, V. (S. f.). Assíndeto. (N / A): Euston 96. Recuperado de: euston96.com.
- Gómez e Martínez. (S. f.). Asyndeton e Polysyndeton. (N / A): Essayists. Recuperado de: essayists.org.
- Assíndeto. (2020). Espanha: dicionário da língua espanhola. Recuperado de: dle.rae.es.