A interculturalidade refere-se a uma corrente ideológica e política que promova o respeito ea tolerância entre indivíduos em um país, independentemente de raça, credo ou etnia. Também estimula a interação social e cultural entre as diferentes comunidades que existem em um só lugar.
O interculturalismo não proíbe a prática da religião ou de várias manifestações culturais, desde que os direitos sejam respeitados e a xenofobia e o racismo não sejam incorridos. Os valores importantes dessa ideologia incluem o respeito pela diversidade.
Além disso, levam em consideração a comunicação horizontal e o enriquecimento mútuo, sob um esquema político democrático em que todos os indivíduos devem ser governados sob a constituição e o mesmo sistema de leis.
Esse pensamento tem como objetivo principal a interação e o contato entre pessoas de diferentes tradições, que também surge como uma crítica ao multiculturalismo, que apenas contempla a coexistência de diferentes culturas, sem promover igualdade ou troca.
Características principais
– Por promover o intercâmbio entre várias culturas, ocorrem dois fenômenos importantes: miscigenação e hibridação cultural.
– Salienta que não existe cultura melhor que outra. Cada um é igual em importância, por isso merece respeito e consideração.
– Os indivíduos desenvolvem uma certa empatia que os ajuda a entender as implicações da diversidade.
– Há um compromisso com o desenvolvimento de atitudes solidárias em relação aos outros.
– Promove direitos individuais para todos.
– Tem tolerância mínima aos sistemas totalitário e teocrático.
– Rejeita xenofobia, racismo e qualquer tipo de discriminação.
– Você quer gerar uma atitude cívica que defenda a democracia, a liberdade e os direitos humanos.
– Não há proibição de manifestar qualquer expressão cultural.
– Busca a satisfação das necessidades básicas das pessoas, oferecendo oportunidades de desenvolvimento.
– Todos os grupos são instados a fazer parte do trabalho político e nacional.
– Ele se baseia em movimentos migratórios no mundo.
– Independentemente do grupo que pertence, todos devem respeitar as leis e instituições estabelecidas no Estado, a fim de garantir uma coexistência harmoniosa.
– Entenda que uma sociedade não pode evoluir sem a participação ou influência de outra.
Etapas do processo intercultural
Para um processo intercultural bem sucedido, é necessário que uma série de etapas importantes sejam realizadas:
Reunião
É dado com a aceitação da interação e a apresentação que pode gerar as identidades que se manifestam.
Respeito
Consiste em reconhecer a existência de outros modelos na realidade. Implica respeito e tratamento digno para com os outros.
Diálogo horizontal
Troque com condições e oportunidades iguais, sem impor uma única maneira de pensar.
Compreensão
Compreensão e enriquecimento mútuo. A capacidade de entender as necessidades e expressões da outra parte é manifestada.
Synergy
Avaliação da diversidade com a qual podemos trabalhar juntos para obter bons resultados.
Dificuldades
Embora o principal objetivo do interculturalismo seja a tolerância e o respeito no processo de intercâmbio, é possível encontrar uma série de obstáculos:
– hegemonia cultural.
– Obstáculos na comunicação devido à diversidade de idiomas.
– Falta de políticas estatais que garantam a proteção de diversos grupos raciais e étnicos.
– Sistema econômico exclusionista.
– Hierarquias sociais.
– Ignorância de grupos sociais e raciais.
– ideologias discriminatórias.
– Falta de exercício dos direitos humanos.
– Estereótipos.
– colonialismo .
Diferenças entre interculturalismo e multiculturalismo
As diferenças podem ser estabelecidas da seguinte maneira:
Interculturalismo no México, Peru e Espanha
A compreensão do processo intercultural na América Latina exige levar em consideração uma característica comum na região : a distinção entre culturas dominantes e subalternas.
Nessa distinção, prevalecem relações desiguais entre a cultura de origem e as resultantes do legado da conquista.
México
O México é considerado uma das nações mais multiculturais do mundo, graças à riqueza e variedade de grupos étnicos e à herança cultural que persiste até hoje.
No entanto, não existe uma estrutura legal estabelecida que permita a esses grupos sobreviver e se desenvolver plenamente no território nacional. Além disso, eles não têm a capacidade de participar ativamente de decisões políticas ou problemas nacionais.
Nesse caso, os grupos indígenas são geralmente os mais afetados por problemas como:
– Pobreza extrema.
– Pouco acesso à educação.
– Pouco acesso ao sistema de saúde.
Racismo.
Xenofobia.
No s. XX governos tentaram integrar essas comunidades com a intenção de fazer parte da sociedade mexicana.
No entanto, as medidas não tiveram êxito porque não foram feitas grandes concessões nos campos político e econômico. Como se isso não bastasse, um grande problema persistiu – e persiste – o colonialismo .
O colonialismo produz uma interação desigual entre os grupos devido à persistência das diferenças sociais e econômicas que advêm da época da colônia.
Obrigações necessárias para promover a interculturalidade
Para garantir um processo intercultural bem-sucedido, deve ser estabelecido um tipo de Estado que leve em consideração uma série de obrigações:
– A transformação em um Estado plural.
– Garantir condições de desenvolvimento econômico, possibilitando que as pessoas possam tomar decisões sobre a exploração de recursos.
– Estabelecer políticas para a distribuição de mercadorias.
– Reconhecer a autonomia dos povos indígenas.
– Criar mecanismos que garantam a correta interação e intercâmbio entre diferentes grupos culturais.
– Promover a interculturalidade como meio de convivência ideal entre indivíduos.
Peru
Uma das características mais relevantes do Peru é a presença de uma grande variedade de povos originários dos Andes, com características únicas em termos de expressões culturais e linguísticas.
No entanto, um obstáculo presente no processo intercultural no país deve-se à dinâmica estabelecida entre as classes sociais, iniciada com a chegada dos espanhóis à região.
Desde então, uma diferença importante foi gerada entre “índios” e “espanhóis”, o que trouxe um forte sistema hierárquico. Como conseqüência, há uma acentuada atitude discriminatória entre diferentes pessoas e grupos étnicos.
Diante da situação, foram feitos esforços para promover esse processo no país, por meio de políticas e instituições públicas que fortaleçam a importância da diversidade étnica e cultural dos grupos no país.
Iniciativas peruanas de interculturalidade
– A Constituição enfatiza no artigo 2 que o Estado tem a tarefa de reconhecer e proteger a pluralidade de grupos étnicos e culturais.
– Em dezembro de 2012, o Judiciário estabeleceu a chamada Justiça Intercultural. Essa justiça busca que todos os cidadãos tenham acesso a ela, reconhecendo a justiça indígena e a justiça comunitária.
– É criado o Vice-Ministério Intercultural, que busca “formular políticas, programas e projetos que promovam a interculturalidade”. Além disso, busca disseminar tradições e manifestações de diferentes etnias, com o objetivo de evitar exclusões ou discriminações de qualquer espécie.
Embora esses processos estejam contemplados na legislação peruana, ainda não foram totalmente cumpridos na prática.
Espanha
Historicamente, a Espanha é reconhecida como um país multicultural, desde a chegada dos povos germânicos no ano 409 e com o subsequente assentamento dos árabes, que transformaram o país em uma região do Império Árabe.
Durante e logo após a Segunda Guerra Mundial , os movimentos migratórios para vários países da Europa se intensificam, assim como fora do continente. No entanto, na década de 1990, o governo espanhol estabeleceu uma série de políticas para estrangeiros com vários objetivos:
– Promover a integração social.
– Gere mais controles para a entrada do país.
– Unificar figuras de asilo e refúgio.
Apesar dos primeiros esforços para a integração de grupos culturais, o sistema jurídico espanhol baseia-se na aceitação de minorias, desde que se adaptem ao modelo de cultura dominante.
Reformas espanholas que promovem a interculturalidade
Uma série de reformas e propostas surgiram para promover a interculturalidade no país:
– A criação do Plano de Cidadania e Integração, que busca ser ensinado nas salas de aula para incentivar a interação e integração de diferentes grupos. O objetivo é garantir sociedades democráticas e igualitárias.
– Promoção da educação intercultural nas comunidades.
– A entrada em vigor da interculturalidade na Constituição, graças aos estatutos estabelecidos na Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais. Isso permite obter uma definição clara do conceito em relação ao escopo jurídico.
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