Os principais representantes do modernismo pertencem a uma corrente artística e literária que buscava transformar a literatura através da inovação e crítica das estruturas anteriores da era vitoriana.
Surgiram no final do século XIX e no início do século XX na América Latina e na Europa, os autores desse movimento queriam influenciar a sociedade materialista e vulgar da época e destronar os autores e poetas realistas e naturalistas.
O modernismo, nutrido pelas idéias promovidas pelo parnasianismo e pelo simbolismo, tinha um caráter rebelde, focado na realização de obras literárias artísticas cheias de significado profundo e elaboradas para o puro prazer de fazer “arte por arte”.
Com ampla liberdade criativa, ele procurou abordar a beleza das coisas cotidianas, incentivando a experimentação e o individualismo, permitindo que as obras fossem livres em seu formato, estrutura e sentimento.
A literatura modernista é caracterizada pela presença de uma narrativa, personagens, enredo e imagens fragmentadas, onde não há necessariamente uma estrutura temporal linear; portanto, espontaneidade e saltos no tempo são seu principal atributo.
Ele procura descrever diferentes percepções da realidade, mostrando que nada é estático, especialmente a escrita.
Esse tipo de literatura brinca com a narrativa usando várias figuras literárias e ironia para criticar as convenções sociais da época.
O modernismo é um culto à beleza e perfeição, sendo um movimento que explora novas formas de expressão.
Autores latino-americanos do movimento modernista
1- Rubén Darío
Considerado o iniciador e expoente máximo do modernismo latino-americano, nasceu em 18 de janeiro de 1867 na Nicarágua.
Seu trabalho abriu as portas literárias da Espanha e da América Latina no exterior, adoçando o mundo inteiro com uma prosa diferente, aberta e simples, cheia de símbolos e metáforas.
Suas principais obras de modernismo e de grande fama são: Azul (1888), Prosas Profanas (1896), Cantos de vida e esperança (1905) e El canto errante (1907).
Com uma poesia bela e culta, Azul é listada como a primeira grande obra modernista, devido às constantes críticas às estruturas sociais burguesas. É um trabalho que mistura a cultura americana e francesa com um estilo pitoresco e delicado.
O autor morre em 6 de fevereiro de 1916 na Nicarágua, deixando o caminho aberto para muitos expoentes modernistas europeus que o seguirão.
2- José Martí
Seguidor fiel do movimento modernista, nascido em Cuba em 1853, ele é um excelente autor por ter promovido literatura modernista de natureza nacionalista e política.
Martí, político e escritor, foi o organizador da Guerra da Independência de Cuba, além de ter escrito as seguintes obras modernistas: Versos Livres (1878-1882), Ismaelillo (1882), Versos Simples (1891) e o famoso ensaio “Our America ”(1891).
Com sua obra Versos Livres , o autor clama por poesia real, de um tipo original que nasce das entranhas e das profundezas do ser, sendo uma das principais obras modernistas da América Latina.
O autor morreu em 1899 em Cuba, sendo lembrado como uma das figuras literárias cubanas mais importantes de sua época.
3- Pablo Neruda
Escritor chileno, nascido em 1904 e falecido em 1973, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1971 e é considerado um dos poetas latino-americanos mais lidos no mundo.
Suas obras mais famosas, incluindo Twilight (1923), Twenty Love Poems e Desperate Song (1924), Residence on Earth (1933), General Song (1950) e Elementary Odes (1954-1957), foram consideradas ótimas obras modernistas.
Sua poesia é caracterizada por exaltar a sensibilidade sobre a razão, adotando elementos do parnasianismo francês, usando comparações múltiplas, metáforas e símbolos, tanto naturais quanto mitológicos.
Além disso, possui um toque de sensualidade clássica, o que lhe permitiu fazer parte dos precursores do movimento modernista.
4- Ernesto Noboa e Caamano
Escritor equatoriano nascido em Guayaquil em 1889. Pertence à “geração decapitada” e é considerado um dos maiores ícones da literatura latino-americana.
Maldito poeta, ele sofria de neurose e isso o levou a ser viciado em drogas diferentes, como a morfina. Seu estilo narrativo era sensível, cheio de tristeza e angústia, comparável ao de Edgar Allan Poe.
Sua morte prematura por narcóticos nos deixou com apenas uma obra de compilação: Romanza de las horas (1922).
5- Romulo Gallegos
Um dos clássicos da literatura latino-americana do século XX. Venezuelano, exerceu política, mas se destacou mais por seus romances e ensaios.
Em Doña Bárbara (1929), uma de suas obras mais aclamadas, Gallegos desenvolve sua prosa sob a influência do modernismo.
Principais expoentes da América modernista
6- Ernest Hemingway
Um importante expoente do modernismo anglo-saxão, ele era jornalista e escritor americano nascido em 21 de julho de 1899 e morreu em 2 de julho de 1961.
Vencedor do Prêmio Pulitzer em 1953 e do Prêmio Nobel de Literatura em 1954, suas obras têm certas características modernistas, como o uso de prosa concisa e simples, buscando obter o máximo da linguagem mínima.
Com suas obras Goodbye to Arms (1929), For Who the Bell Tolls (1946), The Old Man and the Sea (1952) e Paris era uma festa (1964), observa-se como seus temas privilegiados eram amor, guerra e guerra. a natureza.
Ele sempre procurou criticar a sociedade do século XX, que, nas palavras de Hemingway, era uma geração perdida por guerras, materialismo e burguesia industrial.
7- Katherine Anne Porter
Escritor de romances e contos, ensaísta e ativista americano nasceu em 15 de maio de 1890 e morreu em 1980.
Considerado um dos principais autores do modernismo por tratar tópicos obscuros como mal, traição e morte.
Rompe com o esquema romântico, mantendo características modernistas, como uma prosa simples, cheia de simbolismo e críticas constantes à sociedade do sul dos Estados Unidos da época, suas estruturas, bem como diferenças sociais e discriminação entre os sexos.
Seus trabalhos mais famosos foram Contos colecionados (1965), Navio dos tolos (1962), A torre inclinada (1944), Judas de florescência e O jilting da avó Weatherall (1930). Porter recebeu o Prêmio Pulitzer e o National Book Award em 1966.
8- Cummings EE
Poeta, pintor e ensaísta americano, nascido em 14 de outubro de 1894 e falecido em 3 de setembro de 1962, é considerado um dos maiores expoentes do modernismo nos Estados Unidos.
Sua prosa é caracterizada pela constante experimentação da linguagem, em que o autor busca brincar com ela, não respeitando as estruturas formais da escrita, deixando de incluir letras maiúsculas e minúsculas ou até sinais de pontuação em seus poemas.
O autor reflete ironia e uma grande imaginação em seus escritos, sendo famoso por escrever sátiras modernas. Seus trabalhos incluem A enorme sala (1922), Tulipas e chaminés (1923) e Contos de fadas (1965).
9- William Faulkner
Escritor americano nascido em 1897, agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, o Prêmio Pulitzer e o Prêmio Nacional do Livro, ele publicou várias coleções de obras até sua morte em 1962.
Ele é reconhecido por seu experimentalismo linguístico e narrativo, depois de incluir em suas obras grandes saltos de tempo e o uso de diferentes tipos de narrativas simultaneamente.
O autor conseguiu apresentar uma maneira diferente de contar histórias longe da estrutura racional normal; portanto, seus escritos, além de cheios de ironias, têm capítulos intercalados, cujo objetivo é brincar com a mente do leitor, algo típico do modernismo.
Suas obras mais famosas são The Soldiers ‘Pay (1926), The Noise and the Fury (1929), August Light (1932), Sanctuary (1931) e The Eternal Sleep (1946).
10- William Carlos Williams
Nascido em 1883 nos Estados Unidos, ele praticou como pediatra, mas foi mais reconhecido por suas próprias obras de modernismo e imagismo.
Sua escrita mais conhecida é Paterson , uma série de poemas épicos produzidos entre 1946 e 1958 que reflete a sociedade americana da época. Neles, a influência de James Joyce é muito perceptível.
11- Eugene O’Neill
Americano nascido em 1888 em Nova York. Um dos escritores mais importantes da narrativa norte-americana e vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1936.
A maioria de suas obras tem um estilo pessimista, cheio de tragédia e decepção. Possivelmente influenciado pelo pouco sucesso que O’Neill teve em seus inícios no teatro. A longa jornada de um dia para a noite (1957) e Una luna para o bastardo (1957), são duas de suas obras modernistas.
Outros representantes importantes do modernismo
12- Federico García Lorca
Poeta e dramaturgo espanhol, pertencente ao movimento modernista devido ao uso excessivo e marcado do simbolismo em suas obras.
Além do uso de diferentes metáforas e elementos literários para embelezar seus escritos. Seu trabalho tem uma combinação perfeita de cultura e popular.
13- James Joyce
Escritor irlandês, aclamado por sua famosa obra Ulysses (1922), devido à introdução de novas formas literárias em sua prosa e ao uso de uma narrativa pura e exótica que busca descrever o cotidiano de cada um de seus personagens.
Existem numerosos casos de monólogos interiores que explicam a consciência dos personagens que tornam a vida dentro da obra, daí um brilhante uso da linguagem.
14- Joseph Conrad
Romancista polonês, considerado um dos expoentes mais interessantes do modernismo devido ao estilo diferente de suas obras.
Em seus escritos, o autor explora a instabilidade do ser humano, descrevendo e refletindo sua consciência individual na linguagem.
O uso de metáforas, simbologias, enigmas e uma estrutura narrativa incomum que explica o cotidiano físico e mental das pessoas é o que faz dele parte do grupo dos principais representantes do modernismo.
15- Virginia Woolf
Hoje um símbolo do feminismo, Woolf também é considerado um dos grandes escritores do século passado e um dos modernistas mais notáveis.
Nascida em Londres, sua conexão com o Círculo de Bloomsbury, onde conheceu intelectuais que eram ativos no modernismo anglo-saxão, promoveu seus escritos para se concentrar nesse estilo tão profundamente enraizado na Grã-Bretanha. Fin de viaje (1915), Orlando (1928) ou Los años (1937) são alguns de seus trabalhos mais destacados.
Assuntos de interesse
8 Poemas do Modernismo por Grandes Autores .
Referências
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