Os recursos naturais da Argentina são baseadas principalmente nas planícies férteis da pampa, chumbo, zinco, estanho, cobre, minério de ferro, manganês, petróleo, urânio, campos agrícolas.
A Argentina está localizada a sudeste da América do Sul, faz fronteira com o Oceano Atlântico, Chile, Bolívia, Paraguai, Brasil e Uruguai; suas coordenadas geográficas são 3400º S, 6400º W; possui planícies dos Pampas no meio do norte, planaltos de planos a ondulados no sul da Patagônia, cobertura dos Andes ao longo da fronteira a oeste. O clima é predominantemente temperado, árido no sudeste e subantártico no sudoeste (CIA, 2015).
Sua altitude média é 595 metros acima do nível do mar. Seu ponto mais baixo é a Lagoa do Carvão, a -105 metros acima do nível do mar, localizada entre Puerto San Julián e o Comandante Luis Piedra Buena, na província de Santa Cruz.
Por sua vez, seu ponto mais alto está localizado na colina de Aconcagua, a 6.690 metros acima do nível do mar, localizado no canto noroeste da província de Mendoza. É também o ponto mais alto de toda a América do Sul.
A Argentina é o segundo maior país da América do Sul, depois do Brasil, com uma área total de 2.780.400 km2, sendo 2.736.690 km2 em terra e 43.710 km2 em água. Seu território marítimo é de 12 minutos.
53,9% de suas terras são dedicadas à agricultura, 10,7% às florestas e os 35,4% restantes às áreas urbanas e outras. Brown e Pacheco (2005), propõem uma classificação do território argentino com base em 18 ecorregiões definidas de acordo com variáveis climáticas e biodiversidade (Figura 1).
A Argentina tem uma localização estratégica em relação às rotas marítimas entre os oceanos Atlântico Sul e Pacífico Sul (Estreito de Magalhães, Canal de Beagle, Drake Pass) e tem sido repetidamente líder mundial no estabelecimento de metas voluntárias de gases de efeito estufa .
Biodiversidade
A biodiversidade da Argentina é distribuída nas diferentes ecorregiões da seguinte forma (Convenção sobre Diversidade Biológica, 2010):
Alto Andes
Nos Andes Altos, encontramos a menor biodiversidade da Argentina, sendo a região com menos problemas de conservação, sua vegetação é estepe gramada ou mato baixo e fino e sua fauna é adaptada às duras condições ambientais da montanha.
The Puna
O Puna possui uma vegetação de estepe arbustiva, sua diversidade de espécies é baixa. A vicunha (Vicugna vicugna) e o condor (Vultur gryphus) destacam-se como espécies selvagens e a lhama (Lama glama) e a alpaca (Vicugna pacos) como espécies domésticas nativas. Existem poucos problemas de conservação aqui.
Montes e Sierras Bolsones
Na região de Montes e Sierras Bolsones, a vegetação é uma estepe arbustiva alta (1 a 3 m de altura) com frascos abundantes e espécies associadas.
A fauna é composta principalmente por roedores cavícolas. O distúrbio mais comum nessa região é o pastoreio de gado e os incêndios.
Jungas Jungle
A selva de Jungas tem uma alta diversidade, onde podemos encontrar mais de 40 espécies endêmicas de árvores e plantas suculentas de um total de 282 espécies. Seu principal problema é o desmatamento para fins de uso da terra agrícola.
Chaco seco
No Chaco Seco, a diversidade é alta, entre a fauna característica encontramos a onça-pintada (Panthera onca), a tatta carreta (Priodontes maximus), três espécies de javalis (Tayassu pecari, T. tajacu e Catagonus wagneri), o guanaco (Lama guanicoe). e o tamanduá (Myrmecophaga tridactyla).
Além de uma grande diversidade de pássaros, répteis e insetos. Essa ecorregião sofreu um forte impacto causado pelo gado e pela exploração madeireira.
Chaco molhado
No Chaco Úmido, também encontramos uma alta diversidade caracterizada por uma variedade de florestas, estuários, banhos, savanas, pastagens, lagos e rios.
Espécies arbóreas como quebracho (Schinopsis sp. E Aspidosperma sp.), Guayacán (Caesalpinia sp.) E lapacho (Tabebuia sp.) Predominam. A atividade agrícola foi estabelecida nas terras altas desta região, atualmente ocupadas quase inteiramente.
Selva paranaense
A Floresta Paranaense apresenta a maior diversidade de espécies do país. Aqui estão 50% dos pássaros argentinos. Possui também a maior riqueza de espécies arbóreas do país, com mais de 100 espécies, onde predominam espécies como o cedro (Cedrela fissilis) e o pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia).
No entanto, essa região é afetada por processos de extração de espécies nativas, cultivo de espécies florestais exóticas e obras de infraestrutura de energia hidrelétrica.
Esteros del Ibera
A região de Esteros del Ibera possui alta biodiversidade e está em boas condições. Apresenta 1.659 espécies de plantas vasculares e 30% de peixes de água doce e 25% de vertebrados terrestres no país.
Nesta região, encontramos um número importante de espécies ameaçadas de extinção, como o cervo do pântano (Blastocerus dichotomus), o cervo do pampa (Ozotoceros bezoarticus), o aguará guazú (Chrysocyon brachyurus), o sapinho amarelo (Xanthopsar flavus) e a anaconda amarela (Eunectes notaeus).
Campos e ervas daninhas
Na região de Campos e Malezales, a vegetação é composta de pradarias e pradarias, onde encontramos 14 gêneros diferentes de pastagens, além de pequenos trechos de floresta aberta. Nesta região, destacam-se o cultivo de arroz, as plantações de pinus e a pecuária.
Região delta e ilhas do rio Paraná
A região do Delta e as ilhas do Paraná são uma combinação de ecossistemas aquáticos, florestas e pastagens, o que lhe confere uma alta diversidade, destacando espécies de peixes como o sável (Prochilodus lineatus) e a tararira (Hoplias malabaricus); aves como o pato crioulo (Cairina moschata) e o picabuey (Machetornis ilsoxus); e mamíferos como o macaco (Alouatta caraya) e o quati (Nasua nasua).
Esta região é afetada por práticas agrícolas e pecuárias, desenvolvimento industrial e assentamentos urbanos.
Spinal
Na região de Espinal, encontramos montanhas baixas, savanas e pastagens puras. A região é caracterizada por suas florestas xerófilas decíduas de Prosopis (alfarroba, ñandubay, caldén) que não excedem 10m de altura.
Também encontramos palmeiras, lençóis gramíneos, estepes gramíneas e estepes arbustivas. O principal problema dessa região na substituição da vegetação nativa pelo uso de terras agrícolas e pecuárias.
A pampa
A região de Pampa é caracterizada por suas amplas pastagens. Possui uma diversidade média, onde se destacam mamíferos como a doninha overa (Didelphis albiventris) e a raposa dos pampas (Lycalopex gymnocercus); aves como sirirí (Dendrocygna viudata) e perdiz copetona (Nothura sp.); e répteis como o overo lagarto (Tupinambis merianae).
Também encontramos espécies exóticas como a lebre européia (Lepus europaeus) e o pardal-comum (Passer domesticus). Os Pampas são a área mais populosa do país e, portanto, foram profundamente modificados pelos sistemas agrícola e urbano.
Planícies e montanhas de planaltos
Nas montanhas de planícies e planaltos, a vegetação característica é a estepe de jarilla e as alfarrobeiras. Nesta região, encontramos mamíferos como o puma (Puma concolor) e o guanaco (Lama guanicoe); espécimes de aves como o inambu pálido (Nothura darwinii) e o martinet (Eudromia elegans); e espécies de répteis como a iguana-vermelha (Tupinambis rufescens) e o falso coral (Lystrophis semicinctus).
Os principais problemas desta região são causados pelo gado, uso da floresta e minas.
Estepe da Patagônia
A vegetação da estepe da Patagônia é uma mata espessa com gramíneas xerófilas. Animais como o puma (Puma concolor), lebres da Patagônia (Dolichotis patagonicus) e ñandú (Pterocnemia pennata) são encontrados. A principal atividade da região é a pastagem de ovinos.
Na floresta patagônica predominam a floresta temperada alta e úmida (30 a 40 m de altura), florestas decíduas e florestas de coníferas. O clima nesta região é mais frio, a diversidade de espécies é alta e suas florestas têm um bom estado de conservação.
Antártica Argentina
Na área continental da Antártica Argentina, há muito pouca vegetação e isso é reduzido a alguns trechos de grama. Aqui podemos encontrar espécies de pinguins, focas e alguns pássaros associados à vegetação, como o petrel gigante (Macronectes Giganteus).
No mar e nas áreas costeiras desta região, encontramos uma grande diversidade de espécies. A região antártica da Argentina é uma área muito pouco degradada.
Agricultura
Os principais produtos agrícolas da Argentina são soja, trigo, milho, girassol, alfafa, sorgo, algodão e cevada.
Antes dos anos 90, a área agrícola possuía cerca de 22 milhões de hectares e as principais culturas eram trigo e alfafa.
A partir desta década, a área cultivada do país aumentou significativamente graças à grande expansão do cultivo de soja. A expansão da soja foi de tal magnitude que em 2006 a área cultivada com soja representou mais de 15 milhões de hectares. (Aizen et al. 2009).
A expansão da soja na Argentina é explicada pelo aumento dos preços no mercado internacional, altos rendimentos de variedades geneticamente modificadas, curtos tempos de rotação e baixos custos agrícolas.
No entanto, essa cultura envolve processos que envolvem um alto custo ambiental, como a perda de biodiversidade devido ao desmatamento acelerado, bem como a intensificação do uso da terra que acelera os processos de degradação ambiental (Aizen et al. 2009).
Pesca
A pesca na Argentina foi caracterizada pela captura de duas espécies de moluscos, a vieira Tehuelche (Aequipecten tehuelchus) e a vieira patagônica (Patagonia Zygochlamys).
A tehuelche de vieiras é usada em pequena escala na região costeira do Golfo da Patagônia e sua captura envolve mergulho comercial e pequenos volumes desembarcados.
No entanto, representa uma renda de considerável importância para as economias locais. Por outro lado, a pesca da vieira da Patagônia é uma operação industrial com capturas da ordem de 50.000 toneladas anuais que colocam essa atividade entre as mais importantes pescarias de vieiras do mundo. (Ciocco et al. 2006).
Poluição
Como a Argentina possui 0,6% do total de gases de efeito estufa (EGI) em relação ao mundo, sua participação em programas internacionais (como o Protocolo de Kyoto ou a Cúpula Internacional de Paris) foi necessária para realizar ações que reduzir a poluição.
O país se proclama voluntário desde a quinta conferência dos países, estabelecendo metas que visam reduzir os GEE; sendo o único país que assumiu esse tipo de responsabilidade (Barros & Conte, 2002), tornando-se repetidamente líder mundial no estabelecimento de metas voluntárias para implementar ações que possam reduzir os GEE no mundo.
Estreito de Magalhães
A Argentina possui uma localização estratégica em relação às rotas marítimas entre os oceanos Atlântico Sul e Pacífico Sul (Estreito de Magalhães, Canal de Beagle, Drake Pass).
O estreito de Magalhães é uma passagem marítima localizada entre os limites do Chile e da Argentina, entre a Patagônia e a grande ilha da Terra do Fogo.
Sua peculiaridade é que é constituída por corpos d’água de três oceanos: o Pacífico, o Atlântico e o Mar do Sul, por esse motivo oferece singularidades interessantes para o estudo da biodiversidade (Ríos, et. Al., 2003).
As características geomorfológicas e hidrológicas do estreito são muito complexas, de modo que a área foi dividida em três sub-bacias (Fabiano, et. Al., 1999).
Canal de Beagle
É um canal estreito usado para a passagem marítima, tem uma extensão de 300 km e uma largura média de 5 km (Gordillo, 2010), localizado no extremo sul da América do Sul e com direção de OE que liga os oceanos Atlântico e Pacífico.
A costa norte corresponde à Ilha Grande da Terra do Fogo, enquanto a costa sul às ilhas Hoste e Navarino, separadas pelo Canal Murray (Gordillo, 2010).
A porção localizada na Argentina fica na Terra do Fogo, uma casa que ficava fora dos Yamanas, onde sua principal fonte econômica era a caça e a pesca, embora ainda restem muito poucas atualmente, muitas delas dispersas no norte do Chile e Argentina (Piana, et al., 1992).
Passagem de Drake
A Passagem de Drake ou Passagem de Drake é um trecho de mar que separa a América do Sul da Antártica. Atualmente, é considerada uma rota comercial importante entre os mercados da Ásia-Pacífico e o resto do mundo; suas águas são consideradas as mais tempestuosas do planeta.
Uma hipótese muito atual argumenta que a Península Antártica estava ligada ao extremo oeste da Patagônia até o Triássico migrar gradualmente para sua posição atual, em um processo que, entre outras coisas, abriu o Drake Pass (IACh, 2006).
Atualmente, existem inúmeras investigações relacionadas à abertura do passe de Drake, pois muitos pesquisadores consideram que ele está possivelmente associado a mudanças bruscas de climas nos limites do Eoceno e Oligoceno (Livermore, et. Al., 2007).
Referências
- Aizen, MA, Garibaldi, LA, e Dondo, M. (2009). Expansão da soja e diversidade da agricultura argentina. Southern Ecology, 19 (1), pp. 45-54.
- Barros, V. & Conte – Grand, M. (2002). Implicações de um objetivo dinâmico de redução de emissão de gases de efeito estufa: o caso da Argentina. Environment and Development Economies, vol 7, número (3), pp. 547-569.
- Brown, AD e Pacheco, S. (2005). Proposta de atualização do mapa ecorregional da Argentina. A situação ambiental Argentina, pp. 28-31.
- CAIT Climate Data Explorer . 2015. Washington, DC: Instituto de Recursos Mundiais. Disponível online em
- CIA, (2015). O livro de fatos do mundo . 19 de dezembro de 2016, no site da CIA:
- Ciocco, NF, Lasta, ML, Narvarte, M., Bremec, C., Bogazzi, E., Valero, J., & Orensanz, JL (2006). Argentina Desenvolvimentos em Ciência da Aquicultura e Pesca, 35, pp. 1251-1292.
- Convenção sobre Diversidade Biológica , (2010), Quarto Relatório Nacional, República Argentina, Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
- Eva, HD, AS Belward, EE de Miranda, CM di Bella, V. Gonds, O. Huber, S. Jones, M. Sgrenzaroli e S. Fritz, “Um mapa de cobertura da terra da América do Sul”, Global Change Biology, 2004 10, pp. 731-744
- Fabiano, M. Povero, P., Danovaro, R. & Misic, C. (1999). Composição da matéria orgânica particulada em um sistema periantartico semi-fechado: o estreito de Magalhães. Scientia Marina, vol. 63, pp. 89-98.
- Gordillo, A., Sol Bayer, M. e Martinelli, J. (2010). Moluscos recentes do Canal de Beagle, Tierra Del Fuego: Uma análise qualitativa e quantitativa de conjuntos de folhas fósseis e atuais. Annals Instituto Patagonia (Chile), vol. 38, pp. 95-106.
- IACh, Instituto Artic Chileno (2006). Nossa Antártica, uma introdução ao seu conhecimento. Recuperado em 24 de dezembro de 2016, do INACh
- Livermore, R., Hillerbrand, D., Meredith, M. & Eagles G. (2007). Passagem de Drake e clima cenozóico: um caso aberto e fechado? Geoquímica, Geofísica, Geossistemas, vol. 8, pp. 1-11.
- Piana, E., Vila, A., Orquera, L. & Estévez J. (1992). Crônicas de “Ona – Ashaga”: arqueologia no canal de Beagle (Terra do Fogo – Argentina). Antiguidade, vol. 66, pp. 771-783.
- Ríos, C., Mutschke, E. & Morrison E. (2003). Biodiversidade bentônica no Estreito de Magalhães, Chile. Jornal de Biologia Marinha e Oceanografia, vol. 38, pp. 1-12.