“27 Poemas de Vanguarda Muito Representativos” é uma coletânea que reúne obras de diversos poetas que marcaram época e influenciaram profundamente a literatura de vanguarda. Cada poema presente nesta coleção representa uma ruptura com as formas tradicionais de escrita, explorando novas técnicas, experimentando com a linguagem e desafiando as convenções estabelecidas. Esses poemas são reflexos de um período de intensa criatividade e inovação na poesia, e servem como um testemunho da capacidade humana de reinventar constantemente a arte.
Principais categorias poéticas: conheça os diversos tipos de poesia existentes.
A poesia é uma forma de expressão artística que permite aos poetas explorarem diversas categorias e estilos. Ao longo da história, surgiram diferentes tipos de poesia, cada um com suas características e peculiaridades. Neste artigo, vamos conhecer 27 poemas de vanguarda muito representativos, que marcaram época e influenciaram gerações de poetas.
Entre as principais categorias poéticas, destacam-se a poesia lírica, que expressa sentimentos e emoções pessoais do poeta; a poesia épica, que narra feitos heroicos e grandiosos; a poesia dramática, que representa diálogos e situações teatrais; e a poesia satírica, que critica de forma irônica e humorística a sociedade e seus valores.
Os 27 poemas de vanguarda que selecionamos para este artigo representam diferentes movimentos artísticos e estilos poéticos, como o Futurismo, o Surrealismo, o Dadaísmo e o Concretismo. Cada um desses poemas apresenta uma abordagem inovadora e experimental, que desafia as convenções tradicionais da poesia.
Esses poemas de vanguarda são caracterizados por sua linguagem ousada, suas imagens surpreendentes e suas metáforas inusitadas. Eles exploram novas formas de expressão e buscam romper com as estruturas e padrões estabelecidos, reinventando a poesia e expandindo seus limites.
Conhecer e apreciar esses 27 poemas de vanguarda é uma experiência enriquecedora para os amantes da poesia e para aqueles que desejam explorar novas formas de expressão artística. Cada um desses poemas é um convite para mergulhar no universo da poesia contemporânea e descobrir novas possibilidades de criação e comunicação.
Entenda o movimento poético marginal de Glauco e sua importância na contracultura brasileira.
O movimento poético marginal de Glauco foi uma importante manifestação artística que surgiu no Brasil durante a década de 1970. Glauco era um poeta e artista visual que se destacou por sua poesia transgressora e provocativa, que explorava temas como a marginalidade, a sexualidade e a contestação social.
27 poemas de vanguarda muito representativos desse movimento foram selecionados para exemplificar a diversidade e a originalidade das produções poéticas da época. Esses poemas refletiam a rebeldia e a busca por liberdade dos poetas marginais, que se distanciavam das convenções literárias e buscavam novas formas de expressão.
Glauco e seus contemporâneos foram fundamentais para a contracultura brasileira, pois questionavam as estruturas sociais e políticas vigentes, promovendo uma ruptura com o conservadorismo da época. Sua poesia subversiva e provocadora era um grito de resistência contra a opressão e a censura.
O legado de Glauco e do movimento poético marginal continua vivo até hoje, influenciando novas gerações de artistas e poetas que buscam romper com as normas estabelecidas e dar voz às margens da sociedade. Sua importância na história da literatura brasileira é inegável, e sua contribuição para a cultura do país é indelével.
Origem do poema processo: uma investigação sobre sua criação e inspiração literária.
A poesia de vanguarda é marcada pela busca por novas formas de expressão e experimentação com a linguagem. O poema processo é um exemplo disso, pois surge como uma investigação sobre sua própria criação e inspiração literária.
Os 27 poemas de vanguarda muito representativos exploram temas como a desconstrução da linguagem, a ruptura com as formas tradicionais de escrita e a busca por novas possibilidades poéticas. O poema processo, em particular, destaca-se por sua abordagem experimental e pela ênfase no processo de criação.
A origem do poema processo remonta ao movimento da poesia concreta, que surgiu no Brasil na década de 1950. Inspirados pela arte concreta e pela música atonal, os poetas concretos buscavam romper com a linearidade do discurso poético e explorar a materialidade da palavra.
Com o poema processo, essa busca por novas formas de expressão se intensifica. Os poetas processuais investigam o próprio ato de escrever, experimentando com a sintaxe, a tipografia e a sonoridade das palavras. O resultado são poemas que desafiam as convenções literárias e convidam o leitor a participar ativamente da construção do texto.
Em suma, o poema processo é fruto de uma intensa investigação sobre a criação e a inspiração literária. Ao romper com as formas tradicionais de escrita, os poetas de vanguarda abrem novos horizontes para a poesia contemporânea, convidando-nos a repensar o papel da linguagem na arte.
Passo a passo para criar um poema incrível e emocionante.
Para criar um poema incrível e emocionante, é importante seguir alguns passos que podem ajudar a guiar o processo criativo. Confira abaixo um passo a passo que pode te ajudar a criar um poema que irá impactar os leitores:
1. Escolha um tema ou emoção
O primeiro passo é escolher um tema ou emoção que você deseja explorar no seu poema. Pode ser uma experiência pessoal, um sentimento intenso ou até mesmo uma reflexão sobre a vida. Escolha um tema que seja significativo para você e que desperte emoções.
2. Encontre inspiração
Busque inspiração em diferentes fontes, como livros, filmes, músicas e até mesmo na natureza. Observe o mundo ao seu redor e deixe que as experiências do dia a dia te inspirem na criação do poema.
3. Experimente com a linguagem
Use metáforas, imagens vívidas e figuras de linguagem para tornar o seu poema mais rico e expressivo. Brinque com as palavras e experimente diferentes formas de se expressar.
4. Revise e edite
Após escrever o poema, revise e faça edições para aprimorar o texto. Verifique a fluidez do poema, a escolha das palavras e a estrutura das estrofes para garantir que o resultado final seja impactante.
5. Transmita emoção
Por fim, certifique-se de que o seu poema transmita a emoção que você deseja passar para os leitores. Seja autêntico e escreva com o coração, pois é isso que tornará o seu poema realmente incrível e emocionante.
Siga esses passos e permita-se explorar a sua criatividade na escrita de um poema que seja verdadeiramente único e cativante.
27 poemas de vanguarda muito representativos
A avant – poesia garde surgiu na primeira metade do século XX e caracterizada, como a avant atual – garde , em geral, têm um estilo livre e inovador, não vinculados a convenções literárias.
A vanguarda da poesia não respeita a métrica, arrisca, é irreverente e muito criativa, a ponto de praticar a liberdade total.
Essa anarquia é observada na tipografia utilizada e como traduzir as linhas no papel (de cabeça para baixo ou na forma de animais, espirais etc.), incorporando desenhos, sons e imagens oníricas ou situações estranhas.
A poesia de vanguarda intencionalmente apela à má ortografia, à criação de palavras inexistentes e dispensa de conectores e outros recursos gramaticais.
O tema também sai do comum e as palavras não buscam ter significados além das próprias palavras, ou seja, não há sentido figurado.
Todas essas características foram muito marcadas na poesia de vanguarda da Europa. Quando essa corrente permeou a América, os escritores deste continente adotaram-na para expressar seus ideais políticos socialistas e sua preocupação com questões sociais.
Portanto, eles discutiram em seus poemas temáticos sobre os problemas da humanidade, usando metáforas mais ou menos sutis, mas refletindo, em última análise, seu compromisso com o povo.
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Lista de poemas dos principais autores de vanguarda
Agosto de 1914
Autor: Vicente Huidobro
É o vintage das fronteiras
Atrás do horizonte, algo acontece
Na forca do amanhecer, todas as cidades estão penduradas
Cidades que
bisbilhotam como cachimbos Halalí
Halalí
Mas isso não é uma música
Os homens vão embora
Ebony Real
Autor: Nicolás Guillén
Vi você passando, uma tarde,
ébano, e eu o cumprimentei;
duro entre todos os troncos,
duro entre todos os troncos,
lembrou-se seu coração.
Pare cuévano ,
arado sabalú.
-Ébano de verdade, quero um barco,
ébano de verdade, da sua madeira negra …
-Agora não pode ser,
espere, amigo, espere,
espere que eu morra.
Pare cuévano ,
arado sabalú.
– Ébano de verdade, quero um baú,
ébano de verdade, da sua madeira negra … –
Agora não pode ser,
espere, amigo, espere,
espere que eu morra.
Pare cuévano ,
arado sabalú.
-Quero uma mesa quadrada
e o mastro de bandeira;
Quero minha cama pesada,
quero minha cama pesada,
ébano, sua madeira,
oh, sua madeira preta …
-Agora não pode ser,
espere, amigo, espere,
espere que eu morra.
Pare cuévano ,
arado sabalú.
Eu vi você passando, uma tarde,
ébano, e eu o cumprimentei:
duro entre todos os baús,
duro entre todos os baús,
lembrou seu coração.
Uma risada e Milton
Autor: Jorge Luis Borges
Das gerações de rosas
Que se perderam no fundo do tempo
Eu quero que uma seja salva do esquecimento,
Uma sem marca ou sinal entre as coisas
Que foram. O destino vale para mim
Este presente de nomear pela primeira vez
Aquela flor silenciosa, a última
Rosa que Milton trouxe em seu rosto,
Sem vê-la. Oh seu vermelhão ou amarelo
Ou rosa branca de um jardim apagado,
magicamente deixe seu passado
Imemorial e neste verso brilha,
Ouro, sangue ou marfim ou assustador
Como em suas mãos, rosa invisível.
O passarinho
Autor: Octavio Paz
No silêncio transparente,
o dia descansava:
a transparência do espaço
era a transparência do silêncio.
A luz do céu ainda acalmava
o crescimento da grama.
Os insetos da terra, entre as pedras,
sob a mesma luz, eram pedras.
O tempo no minuto foi saciado.
No silêncio absorvido, o
meio-dia foi consumado.
E um pássaro cantou, flecha fina.
O peito prateado e ferido vibrava no céu,
as folhas se mexiam,
as ervas acordavam …
E eu senti que a morte era uma flecha
que não sabe quem atira
e num piscar de olhos nós morremos.
Os Arautos Negros
Autor: César Vallejo
Há golpes na vida, tão fortes … não sei!
Sopra como o ódio de Deus; como se diante deles,
a ressaca de tudo sofreu
será capacitado na alma … eu não sei!
São poucos; mas eles são … Eles abrem valas escuras
no rosto mais feroz e nas costas mais fortes.
Eles serão talvez os potros dos bárbaros Atilas;
ou os arautos negros que a morte nos envia.
São as profundas quedas dos cristos da alma
de alguma fé adorável que Destiny blasfema.
Esses socos sangrentos são os crepitações
de pão que queima na porta do forno.
E o homem … Pobre … Pobre! Vire seus olhos, como
quando por cima do ombro nos chama de um tapa;
enlouqueça e tudo viveu
É fortalecido, como uma poça de culpa, na aparência.
Há golpes na vida, tão fortes … não sei!
Poema XX
Autor: Pablo Neruda
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escreva, por exemplo: “A noite é estrelada
e as estrelas tremem de azul ao longe”.
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu a amava, e às vezes ela também me amava.
Em noites como essa, eu a tinha nos braços.
Eu a beijei tantas vezes sob o céu infinito.
Ela me amava, às vezes eu também a amava.
Como não ter amado seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que eu não tenho. Sinta que eu o perdi.
Ouça a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como orvalho na grama.
O que importa se meu amor não pode mantê-lo.
A noite é estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. À distância alguém canta. Ao longe.
Minha alma está perdida sem ela.
Como se para aproximá-la, meu olhar a procurou.
Meu coração a procura e ela não está comigo.
A mesma noite que faz as mesmas
árvores alvejarem .
Nós, então, não somos mais os mesmos.
Eu não a amo mais, é verdade, mas o quanto eu a amava.
Minha voz procurou o vento para tocar seu ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.
Eu não a amo mais, é verdade, mas talvez eu a ame.
O amor é tão curto, e o esquecimento é tão longo.
Porque em noites como essa eu a tinha nos
braços,
minha alma não se contenta em perdê-la.
Embora essa seja a última dor que ela me causa,
e esses são os últimos versos que escrevo para ela.
Ode para Rubén Darío
Autor: José Coronel Urtecho
(Acompanhamento de lixa)
Zombei do seu leão de cimento no final.
Você sabe que minhas lágrimas eram lágrimas,
E não pérolas. Eu te amo
Eu sou o assassino de seus retratos.
Pela primeira vez comemos laranjas.
Não é um pas de chocolate ”, disse seu anjo da guarda.
Agora você poderia perfeitamente
mostre-me sua vida pela janela
como algumas pinturas que ninguém pintou.
Seu vestido imperador, pendurado
da parede, palavra bordada,
quanto menor que esse pijama
com o que você está dormindo agora
Que você é apenas uma alma.
Eu beijei suas mãos.
“Stella”, você estava falando sozinho –
finalmente chegou depois da parada »,
Não me lembro do que você disse em seguida.
Eu sei que nós rimos disso.
(Por fim, eu lhe disse: «Mestre, eu gostaria
veja o fauno ».
Mas você: “Vá a um convento”).
Nós falamos sobre Zorrilla. Você disse:
«Meu pai» e conversamos sobre amigos.
«Mais a literatura secundária» novamente
Seu anjo impertinente.
Você se exaltou muito.
“Literatura, tudo – o resto é isso.”
Então entendemos a tragédia.
É como água quando
inundar um campo, uma cidade
sem problemas eu entro
através das portas e encher os quartos
dos palácios – em busca de um canal,
do mar, ninguém sabe.
Você que disse tantas vezes «Ecce
Homo »na frente do espelho
Eu não sabia qual era
o real, se houver.
(Você queria fazer peças
o cristal?) Nada disso
(mármore sob azul) em seus jardins
– Onde antes de morrer você orou depois –
onde eu ando com minha namorada
Eu sou desrespeitoso com os cisnes.
II
(Acompanhamento de bateria)
Eu tive uma briga
com o ladrão de seus laços
(eu mesmo quando fui para a escola),
que quebrou seus ritmos
socando nos ouvidos …
Libertador, eu te ligo,
se isso não fosse insolência
contra suas mãos provençais
(e o Baena Songbook)
no «Clavicordio de la Abuela»
– Suas mãos, que beijo de novo,
Professor
Em nossa casa nos conhecemos
ver você sair em um balão
e você estava saindo em uma galera
– Depois que descobrimos que a lua
era uma bicicleta
e você voltou para a grande festa
da abertura da sua mala.
Vovó ficou furiosa
das suas sinfonias parisienses,
e as crianças nos comeram
Suas peras de cera
(Oh suas saborosas frutas de cera)
Você compreende.
Você que esteve no Louvre,
entre os mármores da Grécia,
e você executou uma marcha
para a vitória de Samotrácia,
você entende por que eu falo com você
como uma máquina fotográfica
na Plaza de la Independencia
da cosmópolis da América,
onde você ensinou como criar o Centauros
para os agricultores dos Pampas.
Porque, me procurando em vão
entre as cortinas dos seus sonhos,
Eu terminei de ligar para você
«Professor, professor»,
onde sua música sumptuosa
É a harmonia do seu silêncio …
(Por que você fugiu, professor?)
(Existem algumas gotas de sangue
nas suas tapeçarias).
Eu entendo
Desculpe Nada foi.
Volto à corda do meu feliz.
Ruben? Sim. Ruben era um mármore
Grego (Não é isso?)
“Está tudo bem com o mundo”, ele nos disse
com seu excelente prosaismo
nosso querido senhor Roberto
Browning E é verdade.
FINAL
(Com apito)
Enfim, Ruben,
compatriota inevitável, eu vos saúdo
com meu chapéu-coco,
que os ratos comeram
mil novecentos e vinte e cinco
co. Amém
Que pena!
Autor: León Felipe
Pena que
eu não posso cantar no estilo
desta época, da mesma forma que os poetas que cantam hoje!
Que pena
que eu não posso cantar com uma voz engoliu
essas brilhantes romanzas
para as glórias do país!
Pena que
eu não tenho uma pátria!
Eu sei que a história é a mesma, sempre a mesma, que passa
de uma terra para outra terra, de uma corrida
para outra,
como
aquelas tempestades de verão passam disso para aquela região.
Pena
que eu não tenho uma região, um
país pequeno, uma terra provincial!
Eu deveria ter nascido nas entranhas
da estepe espanhola
e eu nasci em uma cidade da qual não me lembro de nada;
Passei os dias azuis da minha infância em Salamanca
e minha juventude, uma juventude sombria, na montanha.
Então … eu não joguei a âncora novamente,
e nenhuma dessas terras me eleva
ou me exalta
a cantar sempre na mesma melodia
para o mesmo rio que passa
rolando as mesmas águas,
para o mesmo céu, para o mesmo campo e no mesmo campo. casa.
Pena que
eu não tenho casa!
Uma mansão e
casa com brasão, uma casa
para guardar,
mais do que outras coisas raras,
uma poltrona de couro velha, uma mesa esfaqueada
(a ser informado
velhas histórias domésticas como Francis Jammes e Ayala)
e o retrato de um avô que venceu
uma batalha.
Pena
que eu não tenha um avô que venceu
uma batalha,
retratado com uma mão cruzada
no peito e a outra no punho da espada!
E que pena
que eu nem tenho uma espada!
Porque … O que vou cantar se não tiver uma pátria,
uma terra provincial,
uma
mansão e uma casa com brasão,
ou o retrato de um avô que venceu
uma batalha,
ou uma poltrona de couro velha, ou uma mesa ou uma espada?
O que eu vou cantar se eu for um pária
que mal tem uma capa!
No entanto …
nesta terra da Espanha
e em uma cidade nas Alcarria,
há uma casa
onde estou hospedado
e onde empresto,
uma mesa de pinho e uma cadeira de palha.
Eu também tenho um livro. E todo o meu enxoval fica
em uma sala
muito grande
e muito branca,
que fica na parte mais baixa
e fria da casa.
Tem uma luz muito clara
nesta sala
tão larga
e tão branca …
Uma luz muito clara
que entra através de uma janela
com vista para uma rua muito larga.
E à luz desta janela
eu venho todas as manhãs.
Aqui eu sento na minha cadeira de palha
e supero as longas horas
lendo meu livro e vendo como as
pessoas passam pela janela.
Coisas sem importância
parecem um livro e a vidraça
de uma cidade em Alcarria,
e ainda é suficiente
sentir todo o ritmo da vida em minha alma.
Que todo o ritmo do mundo através desses cristais acontece
quando eles passam por
aquele pastor que fica atrás das cabras
com um cajado enorme,
aquela mulher sobrecarregada
com uma carga
de lenha nas costas,
aqueles mendigos que estão arrastando suas misérias, os de Pastrana,
e que garota que frequenta a escola com tanta relutância.
Oh aquela garota! Pare na minha janela
sempre e fica com os cristais presos
como se fosse um selo.
Como é engraçado
o rosto dele
no vidro triturado,
com o queixo enfiado e o nariz achatado!
Eu ri muito olhando para ela
e digo que ela é uma garota muito bonita …
Ela então
me chama de burra !, e sai.
Pobre menina! Já não passa
ao longo desta rua tão grande
caminhando para a escola muito relutantemente,
nem a
minha janela,
e o vidro permanece preso
como um selo.
Que um dia ficou ruim,
muito ruim,
e outro dia os sinos dobraram para ela morrer.
E numa tarde muito clara,
através desta rua larga,
através da janela,
vi como era transportada
em uma caixa
muito branca …
Em uma caixa
muito branca
que tinha um pequeno copo na tampa.
Aquele rosto parecia o
mesmo de quando eu estava
colado ao vidro da minha janela …
Ao vidro desta janela
que agora sempre me lembra o copo da caixa
branca.
Todo o ritmo da vida passa
pela vidraça …
E a morte também passa!
Pena
que não posso cantar outros feitos,
porque não tenho pátria,
nem terra provincial,
nem
mansão e casa com brasão,
nem retrato de meu avô que venceu
uma batalha,
nem uma poltrona de couro velha, nem uma mesa , nem mesmo uma espada,
e eu sou um pária
que mal tem uma capa …
venha, forçado, a cantar coisas de pouca importância!
O sonho
Autor : Jorge Luís Borges.
Se o sonho fosse (como se costuma dizer) um
trégua, um puro descanso da mente,
Por que, se eles te acordarem abruptamente,
Você sente que roubou uma fortuna?
Por que é tão triste acordar cedo? A hora
nos tira um presente inconcebível,
tão íntimo que é apenas traduzível
em um sonho que a vigília de ouro
de sonhos, que podem muito bem ser reflexos
troncos de tesouros das sombras,
de uma esfera atemporal que não é nomeada
e que o dia se deforma em seus espelhos.
Quem você será hoje à noite no escuro
sonho, do outro lado da sua parede?
Elogie a sombra (fragmento)
Autor : Jorge Luis Borges.
Velhice (como é o nome que outros dão)
Pode ser o momento da nossa felicidade.
O animal morreu ou quase morreu.
O homem e sua alma permanecem.
Eu vivo entre formas luminosas e vagas
Que eles ainda não são trevas.
Bons ares,
que foi anteriormente rasgado nos subúrbios
em direção à planície incessante,
foi a Recoleta, a aposentadoria,
as ruas desfocadas de Once
e as precárias casas antigas
Ainda chamamos o sul.
Sempre havia muitas coisas na minha vida;
Demócrito de Abdera desviou os olhos para pensar;
O tempo tem sido meu Demócrito.
Essa escuridão é lenta e não dói;
flui para baixo um declínio manso
E parece com a eternidade.
A roda do faminto (fragmento)
Autor : Cesar Vallejo.
Através dos meus próprios dentes eu fumo,
voz, lances,
abaixando minhas calças …
Vaca meu estômago, vaca meu jejuno,
A miséria me leva pelos meus próprios dentes,
pego com um graveto no punho da camisa.
Uma pedra para sentar
Não haverá para mim agora?
Até aquela pedra em que a mulher que deu à luz tropeça,
a mãe do cordeiro, a causa, a raiz,
Isso não será para mim agora?
Mesmo aquele,
Isso tem se curvado para a minha alma!
Mesmo calcárido ou ruim (oceano humilde)
ou aquele que não serve mais para ser jogado contra o homem
me dê agora por mim!
Mesmo aquele que eles encontram cruzados e sozinhos em um insulto,
me dê agora por mim!
Até o torto e coroado, no qual ressoa
apenas uma vez a caminhada da consciência correta,
ou, pelo menos, aquele outro, que se lançou em uma curva digna,
cairá por si só,
na profissão do coração verdadeiro,
Me dê agora por mim!
Borboleta
Autor : Nicolás Guillén.
Eu gostaria de fazer um verso que eu tinha
Ritmo de primavera;
Que era como uma borboleta estranha e fina
como uma borboleta voadora
sobre sua vida, sincero e leve
revogar seu corpo quente
de palma quente
e finalmente seu vôo absurdo descansará
– Como em uma rocha azul do prado –
na linda rosa do seu rosto …
Eu gostaria de fazer um verso que eu tinha
toda a fragrância da primavera
e que borboleta rara revogar
sobre sua vida, sobre seu corpo, sobre seu rosto.
Como não ser romântico e do século 19
Autor : Nicolás Guillén.
Como não ser romântico e do século 19,
Não me dá pena,
como não ser musset
vê-la esta tarde
deitado quase sem sangue,
falando de longe,
longe do fundo de si mesma,
de coisas leves, suaves e tristes.
Os shorts bem shorts
permitem que você veja suas coxas presas
quase poderoso,
mas sua blusa de pulmão doente
convalescente
tanto quanto seu pescoço fino, Modigliani,
tanto quanto a sua pele-margarida-trigo-clara,
Margarita novamente (tão preciso),
na chaise-longue ocasional deitado
casual ao lado do telefone,
eles me devolvem um busto transparente
(Nada, não mais um pouco cansado).
É sábado na rua, mas em vão.
Oh, como amá-la tanto
Isso não vai me quebrar
tão espuma tão soneto e madrigal,
Estou indo embora, não quero vê-la
de modo Musset e século 19
Como não ser romântico.
Espelho de água
Autor : Vicente Huidobro.
Meu espelho, atual à noite,
Torna-se um riacho e se afasta do meu quarto.
Meu espelho, mais profundo que o orbe
Onde todos os cisnes se afogaram.
É uma lagoa verde na parede
E no meio do sono sua nudez ancorada.
Em suas ondas, sob o céu sonâmbulo,
Meus devaneios desaparecem como navios.
Parado na popa, você sempre me verá cantando.
Uma rosa secreta incha no meu peito
E um rouxinol bêbado esvoaça no meu dedo.
Poema 18 (fragmento)
Autor : Vicente Huidobro.
Aqui estou eu no limite do espaço e longe das circunstâncias
Estou saindo com ternura como uma luz
Rumo ao caminho das aparências
Vou sentar nos joelhos do meu pai novamente
Uma linda primavera resfriada pelo leque de asas
Quando os peixes quebram a cortina do mar
E o vazio aumenta com um possível olhar
Voltarei nas águas do céu
Eu gosto de viajar como a nave dos olhos
que vem e vai a cada piscar de olhos
Eu já toquei o limiar seis vezes
do infinito que envolve o vento
Nada na vida
exceto um grito da antecâmara
nervos do oceano que infelicidade nos assombra
na urna de flores impacientes
emoções estão em ritmo definido
Eu sou todo homem
O homem ferido por quem sabe quem
Por uma flecha perdida do caos
Terreno excessivo humano
Sim excessivo e proclamo-o sem medo
Excessivo porque eu não sou burguês ou de raça fatigada
Eu sou bárbaro talvez
Doença excessiva
Limpeza bárbara de rotinas e caminhos marcados
Não aceito suas confortáveis cadeiras de segurança …
Primavera à vista
Autor : Octavio Paz.
Clareza polida de pedra diáfana,
Estátua Lisa frente sem memória:
céu de inverno, espaço refletido
em outro mais profundo e mais vazio.
O mar respira por pouco, quase não brilha.
A luz parou entre as árvores,
exército adormecido Os acorda
o vento com bandeiras de folhagem.
Nasce do mar, assalta a colina,
inchaço sem corpo
contra eucalipto amarelo
e derrama ecos pela planície.
O dia abre seus olhos e penetra
No início da primavera.
Tudo o que minhas mãos tocam voa.
O mundo está cheio de pássaros.
O ramo
Autor: Octavio Paz.
Cante na ponta do pinheiro
um pássaro parou,
trêmulo, sobre seu trinado.
Fica, flecha, no galho,
desaparece entre as asas
e na música derrama.
O pássaro é uma lasca
quem canta e queima vivo
Em uma nota amarela.
Eu levanto os olhos: não há nada.
Silêncio no galho,
No galho quebrado.
E nosso pão
Autor : Juan Carlos Onetti.
Eu só sei você
o sorriso gioconda
com lábios separados
mistério
minha obsessão teimosa
para revelar
e seguir em frente
e surpreso
sentindo seu passado
Eu só sei
o doce leite dos seus dentes
leite plácido e zombador
que me separa
e para sempre
do paraíso imaginado
do impossível amanhã
de paz e felicidade silenciosa
de casaco e pão compartilhado
de algum objeto cotidiano
que eu poderia chamar
nossa
Balada do ausente
Autor : Juan Carlos Onetti.
Então não me dê uma razão, por favor
Não dê consciência da nostalgia,
Desespero e o jogo.
Pense e não te vejo
Sofrer em você e não levantar meu grito
Ruminar sozinho, graças a você, por minha causa,
Na única coisa que pode ser
Inteiramente pensado
Chame sem voz porque Deus providenciou
E se ele tiver compromissos
Se o próprio Deus impedir você de responder
Com dois dedos a saudação
Diariamente, noite, inevitável
É necessário aceitar a solidão,
Conforto geminado
Com o cheiro de cachorro, naqueles dias úmidos do sul,
Em qualquer retorno
Em qualquer momento mutável do crepúsculo
Seu silencio…
Vinhetas de flamenco
Autor : Juan Carlos Onetti.
Para Manuel Torres
«Filho de Jerez»
que tem o tronco do faraó
Retrato de Silverio
Franconetti
Entre italiano
e flamenco,
Como você cantaria
aquele Silverio?
O mel denso da Itália
com o nosso limão,
Eu estava em lágrimas profundas
do seguidor.
Seu grito foi terrível.
Velho
eles dizem que estavam se arrepiando
os cabelos,
e o flagelo se abriu
dos espelhos.
Eu passei pelos tons
sem quebrá-los
E ele foi um criador
E um jardineiro.
Um criador de rotatórias
Pelo silêncio
Agora a melodia dele
Durma com os ecos.
Definitivo e puro
Com os ecos mais recentes!
Norma e paraíso dos negros
Autor : Federico García Lorca.
Eles odeiam a sombra do pássaro
na maré alta da bochecha branca
e o conflito de luz e vento
Na sala de neve fria.
Eles odeiam a flecha sem corpo,
o lenço exato da despedida,
a agulha que mantém a pressão e rosa
no rubor gramado do sorriso.
Eles amam o azul do deserto,
as expressões vacilantes dos bovinos,
A lua mentirosa dos pólos.
A dança da água curvada na praia.
Com a ciência do tronco e da trilha
encha a argila com nervos luminosos
e skate lúbricos por águas e areias
apreciando o amargo frescor de sua saliva milenar …
Alba
Autor : Federico García Lorca.
Meu coração oprimido
sentir próximo ao amanhecer
a dor de seus amores
e o sonho das distâncias.
A luz do amanhecer carrega
viveiro de nostalgia
e tristeza sem olhos
do núcleo da alma.
A grande tumba da noite
seu véu preto se levanta
esconder com o dia
O enorme cume estrelado.
O que farei sobre esses campos
captura de ninhos e galhos,
cercado pelo amanhecer
E encha a alma à noite!
O que farei se você tiver seus olhos
morto para as luzes claras
e ele não deve sentir minha carne
o calor dos seus olhos!
Por que eu te perdi para sempre
naquela tarde clara?
Hoje meu peito está seco
Como uma estrela maçante
Cada música
Autor : Federico García Lorca.
Cada música
é um paraíso
do amor.
Toda estrela
um refúgio
do tempo.
Um nó
do tempo.
E todo suspiro
um refúgio
do grito
Para sempre
Autor : Mario Benedetti.
Poema para um amor eterno.
Se a esmeralda escurecer, se o ouro perder sua cor, nosso amor terminará.
Se o sol não esquentasse, se a lua não existisse, não faria sentido viver nesta terra, nem faria viver sem minha vida, a mulher dos meus sonhos, aquela que me dá alegria …
Se o mundo não voltasse ou o tempo não existisse, nunca morreríamos, nem nosso amor …
Mas o tempo não é necessário, nosso amor é eterno, não precisamos do sol da lua ou das estrelas para continuar nos amando …
Se a vida fosse outra e a morte viesse, eu te amaria hoje, amanhã … para sempre … ainda.
Façamos um trato
Autor : Mario Benedetti.
Um poema irresistível para confessar um amor altruísta.
Parceiro, você sabe que pode contar comigo, não até dois ou até dez, mas conte comigo.
Se você perceber que eu olho nos seus olhos e um traço de amor reconhecer os meus, não alerte seus rifles ou pense que estou delirando.
Apesar desse traço de amor desavisado, você sabe que pode contar comigo.
Mas vamos fazer um acordo final, gostaria de contar com você.
É tão bom saber que você existe, você se sente vivo.
Quero dizer contar até duas a cinco, não apenas para que ele venha rapidamente em meu auxílio, mas para saber e, portanto, manter a calma, que você sabe que pode contar comigo.
Ao pé do seu filho (fragmento)
Autor : Pablo Neruda.
O pé da criança ainda não sabe o que é um pé,
e quer ser borboleta ou maçã.
Mas então o vidro e as pedras,
as ruas, as escadas,
e as estradas da terra dura
eles ensinam o pé que ele não pode voar,
que não pode ser fruto redondo em um galho.
O pé da criança então
foi derrotado, caiu
em batalha
Ele era um prisioneiro,
condenado a viver em um sapato.
Pouco a pouco sem luz
estava conhecendo o mundo à sua maneira,
sem conhecer o outro pé, trancado,
explorando a vida como um cego …
Amor
Autor : Pablo Neruda.
Mulher, eu teria sido seu filho por beber você
leite materno como uma mola
por olhar para você e sentir ao meu lado e tê-lo
na risada dourada e na voz de cristal.
Por sentir em minhas veias como Deus nos rios
e te adorar nos ossos tristes de pó e limão,
porque seu ser passará sem tristeza perto de mim
e sai na estrofe – limpo de todo o mal.
Como eu saberia como te amar, mulher, como eu saberia
te amo, te amo como ninguém jamais soube!
Morra e ainda
te amo mais
E ainda
te amo mais
e mais.
O amor que é silencioso
Autor : Gabriela Mistral.
Se eu te odiasse, meu ódio te daria
Nas palavras, retumbante e seguro;
Mas eu amo você e meu amor não é confiável
Para essa conversa sobre homens tão sombrios!
Você gostaria de fazer um grito,
E vem de tão profundo que se desfez
Seu fluxo ardente, fraco,
Antes da garganta, antes do peito.
Eu sou o mesmo que uma lagoa cheia
E pareço um fornecedor inerte.
Tudo pelo meu perturbado silêncio
Isso é mais hediondo do que entrar na morte!
Referências
- História da literatura moderna. Recuperado de es.wikipedia.org.
- Poesia de vanguarda Recuperado de educ.ar.
- Principais poetas de vanguarda do século XX. Recuperado de timetoast.com.
- Poemas de vanguarda. Recuperado de mispoemasde.com.
- Poesia de vanguarda do século XX. Recuperado de estudioraprender.com.
- Vanguarda, Transformação Total. Recuperado de vanguardistasecuador.blogspot.com.ar
- Neruda Recuperado de Neruda.uchile.cl.
- Ode a Rubén Darío. Recuperado da poesia.
- A cidade está saindo (s / f). Cada música. Recuperado de: ciudadseva.com
- Federico García Lorca (s / f). Poeta em Nova York. Recuperado de: federicogarcialorca.net
- Tópicos primitivos (2016). 7 poemas de Jorge Luís Borges. Recuperado de: ilosprimitiva.wordpress.com
- Marxistas (s / f). Poemas de Vallejo. Recuperado de: marxists.org
- Minha livraria (2010). Cinco poemas de amor de Nicolás Guillén. Recuperado de: milibreria.wordpress.com
- Norfi (s / f). Poemas de amor de Mario Benedetti. Recuperado de: norfipc.com
- Poético (s / f). Juan Carlos Onetti. Recuperado de: poeticous.com
- Brinde de tempo (s / f). Principais poetas de vanguarda do século XX. Recuperado de: timetoast.com.