Alta Idade Média: história, características, arte, literatura

A Alta Idade Média é um período que se estende do século V ao século XI, após a queda do Império Romano do Ocidente. Durante esse período, houve uma intensa transformação na sociedade europeia, com a formação de reinos e a consolidação do feudalismo. A arte e a literatura desempenharam papéis importantes nesse contexto, refletindo as crenças e valores da época. A arte da Alta Idade Média era predominantemente religiosa, com destaque para a arquitetura românica e a arte sacra. Na literatura, as obras eram em sua maioria produzidas por monges e abades, com ênfase em temas religiosos e morais. A Alta Idade Média foi um período de grande efervescência cultural e religiosa, que deixou um legado duradouro na história europeia.

Principais características da Alta Idade Média: um panorama histórico e cultural.

A Alta Idade Média, que compreende o período entre os séculos V e X, foi marcada por diversas características que influenciaram tanto a história quanto a cultura da época. Neste artigo, vamos explorar algumas das principais características desse período, incluindo aspectos históricos, artísticos e literários.

Um dos aspectos mais marcantes da Alta Idade Média foi a descentralização do poder político, com a fragmentação do Império Romano e o surgimento de diversos reinos e feudos. Esse fenômeno contribuiu para o desenvolvimento de uma sociedade feudal, baseada na hierarquia e nas relações de vassalagem.

Na arte, a Alta Idade Média foi marcada pela predominância da arte românica, caracterizada por igrejas e mosteiros com arcos semicirculares, paredes espessas e pouca iluminação. A arte românica tinha como principal objetivo a expressão da fé e a glorificação de Deus, refletindo a influência da religião cristã na sociedade da época.

Na literatura, destacam-se as epopeias e os poemas épicos, como a Canção de Rolando e o Beowulf, que retratavam as aventuras de heróis e guerreiros. Essas obras literárias tinham como objetivo exaltar os valores da coragem, lealdade e honra, tão valorizados na sociedade feudal.

Essas características ajudam a compreender a complexidade e a riqueza desse período da história da humanidade.

Características da arte medieval: o que definia as produções artísticas na Idade Média?

A arte medieval é caracterizada por sua forte ligação com a religião, sendo a principal influência na produção artística da época. As produções artísticas na Idade Média eram marcadas pela busca da transcendência, simbolismo religioso e a valorização do espiritual em detrimento do material.

Um dos principais elementos que definia as produções artísticas na Idade Média era a iconografia religiosa, presente em pinturas, esculturas e manuscritos. As representações de figuras sagradas, santos e cenas bíblicas eram comuns e tinham o objetivo de ensinar e inspirar os fiéis.

Além disso, a arquitetura gótica foi uma das grandes contribuições da arte medieval, com suas igrejas e catedrais imponentes, repletas de detalhes decorativos e vitrais coloridos que buscavam elevar a alma do fiel em direção a Deus.

A iluminura também foi uma forma de arte muito presente na Idade Média, especialmente nos manuscritos religiosos, onde as páginas eram decoradas com ilustrações coloridas e detalhadas que complementavam o texto.

A arte medieval refletia as crenças e valores da sociedade da época, sendo uma forma de expressão e de devoção.

Características da literatura medieval: uma análise sobre as produções literárias da Idade Média.

A literatura medieval é marcada por diversas características que refletem o contexto histórico, social e cultural da época. Durante a Idade Média, a produção literária estava fortemente ligada à religião, sendo predominantemente de cunho religioso. Além disso, as obras eram escritas em latim, a língua franca da época, o que limitava o acesso a um público mais amplo.

Um dos principais gêneros literários da Idade Média era a literatura épica, que narrava feitos heroicos e batalhas grandiosas. As obras mais conhecidas desse período são as canções de gesta, como a “Canção de Rolando”, que retratam as aventuras de heróis medievais. Além disso, a literatura medieval também era marcada pela presença de elementos fantásticos e sobrenaturais, como dragões e seres mágicos.

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Outra característica importante da literatura medieval era a oralidade, já que muitas obras eram transmitidas de forma oral antes de serem registradas por escrito. Isso resultava em uma linguagem mais poética e musical, com rimas e ritmos marcantes. Além disso, a literatura medieval também era utilizada como forma de ensinar valores morais e éticos, contribuindo para a educação e formação do público da época.

Através de suas obras, podemos conhecer melhor o pensamento e as crenças desse período histórico, bem como apreciar a riqueza e diversidade da produção literária da época.

Cultura na Alta Idade Média: aspectos e características marcantes da sociedade medieval.

A Alta Idade Média foi um período marcado por grandes transformações na sociedade europeia, tanto do ponto de vista político e econômico quanto cultural. Neste artigo, vamos explorar os principais aspectos e características da cultura medieval, que se desenvolveu de forma peculiar durante esse período.

Um dos aspectos mais marcantes da cultura na Alta Idade Média foi a forte influência da Igreja Católica, que desempenhava um papel central na vida das pessoas. A arte e a literatura, por exemplo, eram utilizadas como instrumentos de propagação da fé e da moral cristã. As igrejas e mosteiros eram os principais centros de produção cultural, onde manuscritos eram copiados e iluminados por monges dedicados.

A arte medieval era predominantemente religiosa, com destaque para a arquitetura das catedrais góticas, como a de Notre-Dame em Paris, e para a pintura de ícones e afrescos nas igrejas. A literatura também refletia a influência da religião, com as epopeias e os poemas épicos que narravam a vida dos santos e as batalhas entre o bem e o mal.

Além da influência da Igreja, a cultura na Alta Idade Média também foi marcada pela presença de elementos da cultura greco-romana, que foram preservados e transmitidos pelos monges copistas. O renascimento carolíngio, promovido por Carlos Magno, foi um importante movimento cultural que incentivou o estudo das obras clássicas e a produção de manuscritos iluminados.

A influência da cultura greco-romana também se fazia presente, contribuindo para a preservação do conhecimento antigo e para o desenvolvimento de uma cultura rica e diversificada.

Alta Idade Média: história, características, arte, literatura

Alta Idade Média: história, características, arte, literatura

A Alta Idade Média é o nome dado aos primeiros séculos da chamada Idade Média. Considera-se que começa após a queda do Império Romano do Ocidente em 476 e dura até o século 11.

Essa consideração não é absoluta, pois existem pequenas variações temporais, dependendo das correntes historiográficas. Foi o Renascimento, muito depois da época medieval, que deu esse nome.

Era um termo bastante negativo, pois consideravam ser um estágio de escuridão e ignorância entre a Europa do classicismo greco-latino e seu próprio período do Renascimento.

Apesar de essa crença ser considerada altamente exagerada hoje, é verdade que a Alta Idade Média (e, em geral, todo o período medieval) foi caracterizada por numerosas guerras e pela chegada de povos germânicos alheios às tradições anteriores.

Esses novos habitantes, herdeiros do que os romanos chamavam de bárbaros, acabaram adaptando muitos costumes e hábitos de Roma. Dois grandes blocos geopolíticos se destacam durante esses séculos: o Império Carolíngio e o Bizantino (ou Império Romano do Oriente).

O Islã é apresentado como uma ameaça comum a ambos. Essa religião apareceu naquela época e tem uma expansão tão rápida que, no século VIII, atingiu a Hispânia.

Resumo histórico da Alta Idade Média

Fim do Império Romano

O Império Romano, grande governante da Europa por séculos, havia começado seu declínio muitas décadas antes.

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As crises internas – econômicas e políticas – e a pressão dos povos bárbaros do exterior fazem com que seu poder diminua. Essas tribos, que eles chamavam de bárbaros (uma palavra que significa depreciativamente estrangeira), estavam chegando há vários séculos.

Entre batalhas e tratados de paz, eles se estabeleceram no próprio Império. Os visigodos, os vândalos ou os suevos e os hunos desestabilizaram totalmente Roma.

Finalmente, no ano 476, o império romano ocidental desaparece sob o comando do imperador Augusto.

Reinos germânicos

Desde a queda de Roma até o século 8, invasões por esses povos continuaram a ocorrer.

Poucos deles se estabelecem como estados, pois a maioria tinha um conceito mais tribal de sociedade. Visigodos, francos e ostrogodos estão entre os poucos que começam a se constituir como nações.

De fato, o trono do Império Romano é herdado por um desses bárbaros, que tenta por algum tempo manter as mesmas estruturas.

O Império Bizantino

Enquanto isso se desenvolvia no Ocidente, em Bizâncio, o chamado Império Romano do Leste foi consolidado.

Eles afirmam ser os continuadores do legado de Roma, mas têm características suficientes para que as diferenças e que, segundo alguns autores, os aproximem dos reinos do leste. Embora nunca tenham vindo para ajudar Roma, eles se dedicaram a aumentar seu território e influência.

Imperadores como Justiniano expandiram suas fronteiras para o Danúbio. Pode-se dizer que em um ponto eles tinham três das cidades mais importantes de seu tempo: Alexandria, Antioquia e Constantinopla

No entanto, como todo grande império, sua crise também chegou. Nesse caso, foi mais tarde, já no século VII, devido à guerra contra os persas e às grandes perdas territoriais causadas pelos árabes.

Conquista árabe

Após a morte do profeta Muhammad em 632, o Islã se expandiu e, a partir de 711, os muçulmanos do califado omíada começaram a conquista da península ibérica. Até então, estava nas mãos dos visigodos, que foram derrotados contra os muçulmanos após quinze anos de luta.

A expansão cobriu praticamente toda a península, chegando ao sul da França. Desde então, o reino foi renomeado para Al-Andalus e diferentes dinastias foram estabelecidas, como o califado de Córdoba, as taifas, os almorávidas ou os  almohads.

A partir do ano 1000, o império começou a perder poder, até que finalmente em 1492 foram expulsos pelos monarcas católicos, dando o toque final ao período da Reconquista.

Império carolíngio

A outra grande potência que aparece durante a Alta Idade Média é o trabalho de um dos povos bárbaros que haviam chegado séculos antes. É o chamado Império Carolingiano, um reino franco que se estabelecerá a partir do século VIII.

Um de seus líderes, Carlos Magno, que ele próprio havia coroado imperador em Roma, é especialmente conhecido. Foi uma tentativa de alguma forma ressuscitar o Império Romano e re-unificar a Europa.

Da mesma forma, recupera parte da cultura clássica e atribui grande importância ao relacionamento entre a religião e o poder cristão.

A morte de Carlos Magno encerrou seu sonho de consolidar um grande estado e, logo depois, seu império foi dividido em dois: o Reino da França e o Sacro Império Romano.

Principais características da Alta Idade Média

Como características em nível geral, pode-se notar que foi um período extremamente turbulento, com muitas guerras. Isso causou grande insegurança de todos os tipos na população, o que afetou a organização social e a economia.

Feudalismo

O feudalismo é um dos elementos mais importantes que aparecem durante a Idade Média e afeta a economia e a organização social.

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Quase todos os especialistas localizam sua origem na insegurança apontada anteriormente. Isso faz com que aqueles com menos possibilidade de se defender, como os camponeses, procurem os grandes senhores para pedir proteção.

Até os camponeses vieram ceder suas terras (ou foram tirados deles) em troca dessa segurança. Um sistema foi criado com base na existência de uma classe pequena e poderosa, que possui terras e exércitos, e uma mais numerosa, dependente da primeira.

Estes trabalhavam nos campos para os senhores e estavam ligados à terra. Além disso, eles tiveram que pagar impostos e prestar outros serviços aos líderes.

Organização social

A situação descrita acima também serve para explicar como a sociedade da época foi organizada. Era uma divisão de classe absolutamente hierárquica, com um pequeno grupo de favorecidos e uma grande massa de desfavorecidos.

No topo da pirâmide estava o rei. Foi ele quem concedeu terras e títulos, e sua autoridade foi baseada em um acordo tácito com sua nobreza. A frase primus inter pares  (a primeira entre iguais) define muito bem a situação.

A nobreza era dona das terras e dona de quase toda a riqueza de cada Estado.

Uma de suas funções era cuidar dos chamados vassalos, na parte inferior da pirâmide. Estes eram, acima de tudo, os camponeses ligados às suas terras, que viviam na pobreza ou na fronteira com ela.

Entre essas classes havia outra que foi colocada entre os privilegiados: o clero. A influência da Igreja foi muito grande e, além disso, também possuía grandes propriedades de terra.

Economia

Como você pode imaginar, depois de ver como a sociedade estava dividida e o significado do feudalismo, a economia dessas nações era quase inteiramente rural. Poderia haver algum comércio, mas muito limitado, tanto na distância quanto nos produtos.

Igreja

Ela era sem dúvida mais poderosa que o próprio monarca. De fato, os reis precisavam de sua aprovação e buscavam alianças com ele para permanecer no poder por mais tempo.

Quanto aos camponeses, eles eram obrigados a pagar o dízimo; isto é, 10% do que eles obtiveram.

Arte e literatura

A Alta Idade Média não é considerada o período mais brilhante das manifestações artísticas. Durante a chamada Idade Média tardia, houve uma recuperação nesse sentido, graças ao surgimento do românico e de vários gêneros literários.

De qualquer forma, pode-se salientar que o tema era principalmente religioso. Deve-se ter em mente que quase ninguém sabia ler, portanto, eram necessários meios alternativos para que as mensagens chegassem à população.

Assim, havia figuras freqüentes, como menestréis, que contavam histórias de todos os tipos, quase todas com origem na tradição oral. Algumas peças de caráter religioso marcante também poderiam ser realizadas.

Na arquitetura é o pré-românico, dividido de acordo com a região em que foi desenvolvido. Como o teatro, era de natureza religiosa, e as igrejas construídas se destacavam.

Talvez a exceção seja encontrada na arte carolíngia, que tentou recuperar certos temas e formas da antiguidade clássica. Considera-se fundamental para o aparecimento posterior do românico e gótico.

Referências

  1. Professor de História. Idade Média ou Medieval, obtida em profeenhistoria.com
  2. Wikipedia. Arte pré-românica. Obtido em es.wikipedia.org
  3. Riu. Manuel. A Alta Idade Média: do século V ao século XII. Recuperado de books.google.es
  4. Central de História. Visão geral da Alta Idade Média. Obtido em historycentral.com
  5. História na rede. Vida Medieval – Feudalismo e o Sistema Feudal. Obtido em historyonthenet.com
  6. Lane, Lisa M. Alta expansão medieval – Igreja, Economia, Tecnologia. Obtido de brewminate.com
  7. Universidade Pace. A Igreja e a Idade Média. Obtido em csis.pace.edu

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