Como explicar frações passo a passo: do zero às operações

Última actualización: novembro 27, 2025
  • Definição de frações, termos (numerador e denominador) e leitura correta.
  • Classificação: própria, imprópria, aparente, equivalente, irredutível e mista.
  • Operações: MMC e regra prática na soma/subtração; multiplicação e divisão.
  • Equivalência e simplificação (MDC) para chegar à forma irredutível.

conceitos de frações

Frações fazem parte do dia a dia muito mais do que imaginamos: dividir uma pizza, medir ingredientes de uma receita ou entender descontos são situações em que elas aparecem. Neste guia, você vai aprender a explicar frações de forma clara, passo a passo, usando linguagem simples e exemplos práticos, sem pular nenhuma etapa importante. A proposta é que qualquer pessoa — estudante, responsável ou professor — consiga ver sentido em cada definição, classificação e operação.

Além de apresentar conceitos, reunimos as diferentes classificações de frações, as formas de leitura, as operações fundamentais (adição, subtração, multiplicação e divisão) e ainda trazemos exercícios resolvidos com comentários para fixação. Ao longo do texto, você encontrará macetes úteis, como o uso do mínimo múltiplo comum (MMC) e da regra prática de soma e subtração com denominadores distintos, além de dicas para identificar e simplificar frações equivalentes até a forma irredutível. O objetivo é transformar um tema que parece árduo em algo acessível e lógico.

O que é fração?

No sentido mais direto, fração é uma maneira de representar uma divisão entre dois números inteiros. Pense que temos um inteiro (um “todo”) que foi repartido em porções iguais; a fração mostra quantas dessas partes temos e em quantas partes o inteiro foi dividido. Esse formato permite comparar porções e realizar cálculos sem transformar tudo em números decimais de imediato.

Escrevemos uma fração como a/b, em que a é o numerador (quantas partes possuímos) e b é o denominador (em quantas partes iguais o todo foi dividido). Essa notação pertence ao conjunto dos números racionais. Por se tratar de uma divisão, dizemos ainda que a é o dividendo e b é o divisor. Um cuidado essencial: o denominador nunca pode ser zero, pois divisão por zero não é definida.

Significado dos termos da fração

Para explicar frações com segurança, vale reforçar a função de cada termo. O numerador ocupa a parte superior e indica a quantidade de partes selecionadas; já o denominador fica na parte inferior e indica o número de partes iguais em que o inteiro foi repartido. Assim, em 3/4, temos três partes de um todo dividido em quatro fatias iguais. Essa leitura torna mais fácil visualizar situações concretas.

Quando representamos frações de forma algébrica como a/b, pensamos imediatamente na operação a ÷ b. Isso facilita, por exemplo, a passagem para a forma decimal (basta efetuar a divisão) e também ajuda a entender por que não podemos usar denominador 0. Reconhecer o papel de cada termo evita muitos erros na hora de operar frações.

Leitura das frações

Na leitura, pronunciamos o numerador de forma cardinal (um, dois, três, …) e transformamos o denominador para sua forma fracionária. Por tradição da língua portuguesa, alguns denominadores têm nomes próprios: por exemplo, 1/2 é “um meio”, 1/3 é “um terço”, 1/4 é “um quarto”. Essa convenção ajuda a comunicação e a compreensão de textos e problemas.

  • 2 → meio
  • 3 → terço
  • 4 → quarto
  • 5 → quinto
  • 6 → sexto
  • 7 → sétimo
  • 8 → oitavo
  • 9 → nono
  • 10 → décimo
  • acima de 10 → o número cardinal seguido de “avos” (por exemplo, 13 → “treze avos”)
  • 100 → centésimo
  • 1000 → milésimo

Exemplos práticos de leitura: 17/100 é “dezessete centésimos” e 9/1000 é “nove milésimos”. Para frações como 5/12, costumamos dizer “cinco doze avos”, e para 7/20, “sete vinte avos”. O padrão é simples e consistente, o que torna a leitura natural com um pouco de prática.

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Tipos de fração

Frações podem ser organizadas conforme suas características. Conhecer os tipos ajuda a interpretar melhor resultados, escolher estratégias de cálculo e explicar conceitos de maneira pedagógica. Vamos aos principais:

Fração própria

É a fração cujo numerador é menor que o denominador, representando, portanto, uma quantidade menor que 1. Exemplos: 1/2, 3/4 e 12/100. Visualmente, pense em menos de um inteiro: meia pizza, três quartos de um copo, doze centésimos de um comprimento.

Fração imprópria

Ocorre quando o numerador é maior que o denominador, indicando uma quantidade maior que 1. Exemplos: 9/8, 7/2, 25/12. Essas frações podem ser convertidas em números mistos (parte inteira + parte fracionária), o que facilita a interpretação em alguns contextos.

Fração aparente

É a fração que representa um número inteiro, isto é, o numerador é múltiplo do denominador. Exemplos: 2/2 = 1, 8/4 = 2, 9/3 = 3. Nesses casos, o “formato de fração” esconde um resultado inteiro, útil em simplificações e checagem de contas.

Fração equivalente

Duas (ou mais) frações são equivalentes quando expressam a mesma quantidade, ainda que escritas de formas diferentes. Por exemplo, 1/2, 2/4 e 3/6 representam a mesma metade de um inteiro. Para verificar equivalência, podemos simplificar ou ampliar numerador e denominador pelo mesmo fator.

Fração irredutível

É a forma mais simples de uma fração, alcançada quando não existe número inteiro maior que 1 que divida simultaneamente numerador e denominador. Exemplo: 12/15 pode ser simplificada por 3, resultando em 4/5; como 4 e 5 não têm divisores comuns além de 1, 4/5 é irredutível. Outros exemplos: 7/8, 12/5, 11/20. Reduzir à forma irredutível torna comparações e operações mais claras.

Fração mista (número misto)

Representa números com parte inteira e parte fracionária. Exemplos: 3 4/9 (três inteiros e quatro nonos), 9 3/4, 2 1/3. Qualquer fração imprópria pode ser escrita como número misto e vice-versa; por exemplo, 7/2 = 3 1/2, pois 7 ÷ 2 = 3 inteiros e sobra 1/2.

Como comparar e interpretar frações no cotidiano

Uma boa forma de explicar é usar situações familiares. Se você divide uma pizza em 2 partes, cada pedaço é maior do que se a mesma pizza fosse dividida em 6; assim, 1/2 é maior que 1/6. Quanto maior o denominador (mantendo 1 como numerador), menor o pedaço. Esse raciocínio visual ajuda bastante a construir a intuição.

Outro recurso é imaginar barras ou círculos divididos. Quando duas figuras mostram a mesma “quantidade pintada” apesar de rótulos diferentes (como 1/2 e 2/4), estamos diante de frações equivalentes. Esse tipo de comparação apoia a compreensão antes de entrar nas contas formais. A visualização reduz erros e dá segurança nos próximos passos.

Operações com frações

As quatro operações seguem regras consistentes. O segredo é tratar os denominadores com cuidado e manter as frações simples sempre que possível. Veja como proceder em cada caso.

Adição e subtração: denominadores iguais

Se os denominadores já são iguais, conservamos o denominador e somamos ou subtraímos apenas os numeradores. Exemplos: 3/5 + 1/5 = (3 + 1)/5 = 4/5; 5/7 − 3/7 = (5 − 3)/7 = 2/7. É a situação mais direta e costuma ser a primeira apresentada em sala de aula.

Adição e subtração: denominadores diferentes (MMC)

Quando os denominadores são distintos, primeiro precisamos igualá-los. A forma clássica é calcular o mínimo múltiplo comum (MMC) dos denominadores, transformar cada fração em uma equivalente com o novo denominador e, então, operar os numeradores. Esse procedimento é seguro e resulta frequentemente em frações já simplificadas.

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Exemplo completo: 1/6 + 3/4. O MMC de 6 e 4 é 12. Reescrevemos: 1/6 = 2/12 (multiplicamos numerador e denominador por 2) e 3/4 = 9/12 (multiplicamos por 3). Agora, somamos: 2/12 + 9/12 = 11/12. Conferir o MMC e multiplicar corretamente evita trocas e erros comuns.

Adição e subtração: regra prática (método direto)

Existe um atalho conhecido como regra prática. Para a/b ± c/d, fazemos: (a·d ± b·c) / (b·d). Em palavras: multiplicamos cruzado os numeradores pelos denominadores opostos e somamos ou subtraímos os resultados; o novo denominador é o produto b·d. É rápido, mas pode exigir simplificação ao final, pois o denominador tende a crescer.

Observação importante: ao usar o MMC, muitas vezes o resultado já aparece em forma irredutível. Pela regra prática, pode ser necessário simplificar dividindo numerador e denominador por seu máximo divisor comum (MDC). Verificar se dá para reduzir é uma etapa que não pode faltar.

Multiplicação de frações

A regra é direta: multiplicamos numerador por numerador e denominador por denominador. Exemplo: 3/5 × 4/7 = (3 × 4)/(5 × 7) = 12/35. Quando possível, simplifique antes de multiplicar (fatorando numerador e denominador) para evitar números grandes.

Divisão de frações

Para dividir, mantemos a primeira fração e multiplicamos pelo inverso (recíproco) da segunda. Exemplo: 3/5 ÷ 2/7 = 3/5 × 7/2 = 21/10. Se couber, converta para número misto (21/10 = 2 1/10) para interpretar melhor o resultado. O método é sempre esse, independentemente de os denominadores coincidirem ou não.

Como simplificar frações e chegar à forma irredutível

Simplificar é reduzir a fração dividindo numerador e denominador pelo mesmo número inteiro maior que 1. O ideal é identificar o MDC entre numerador e denominador para fazer a redução mais eficiente. Exemplo: 12/15 → dividindo por 3 obtemos 4/5; como 4 e 5 são coprimos, 4/5 é irredutível. Esse hábito facilita comparações e evita trabalhar com números desnecessariamente grandes.

Uma técnica útil é a fatoração: decomponha numerador e denominador em fatores primos, cancele fatores iguais e multiplique o que restou. Em operações longas, tente simplificar antes (especialmente em multiplicações/divisões), pois isso reduz o esforço e diminui a chance de erro aritmético.

Frações equivalentes: por que aparecem o tempo todo?

Frações equivalente são inevitáveis porque podemos ampliar ou reduzir frações multiplicando ou dividindo numerador e denominador pelo mesmo número. Em problemas com figuras, é comum ver a mesma porção do todo com rótulos diferentes (1/2, 2/4, 3/6 etc.). Reconhecer equivalência é crucial para somar, subtrair e comparar frações.

Em contextos práticos, como dividir um chocolate em 2 partes e comer 1, enquanto outra pessoa divide em 4 partes e come 2, ambas consumiram a mesma quantidade de chocolate. A notação muda, mas a porção é idêntica. Essa percepção visual acelera o entendimento das regras algébricas.

Dicas e macetes para cálculos com frações

Antes de somar ou subtrair, confira os denominadores: se forem iguais, opere os numeradores; se forem diferentes, use MMC ou a regra prática e depois simplifique. Essa checagem inicial organiza o raciocínio e evita retrabalho.

Em multiplicações e divisões, tente simplificar fatores comuns antes de efetuar a operação. Por exemplo, em (6/10) × (5/9), dá para cortar fatores: 6 e 9 compartilham 3; 10 e 5 compartilham 5 (na forma cruzada). Reduzir primeiro diminui a complexidade e o tamanho dos números.

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Para leitura e escrita, treine os nomes usuais dos denominadores (meio, terço, quarto, quinto…). Para denominadores maiores que 10, use “avos” (onze avos, doze avos, etc.), e não se esqueça de centésimos (1/100) e milésimos (1/1000), comuns em medidas e decimais; resolvendo problemas de soma racional ajuda a fixar a técnica. Quanto mais natural for a linguagem, mais fluido fica o estudo.

Por fim, não deixe de verificar se o resultado final pode ser reduzido: uma fração menor e irredutível é geralmente mais clara. Em exercícios objetivos, respostas costumam ser pedidas na forma mais simples. Essa prática é um padrão em provas e concursos.

Exemplos comentados de operações

Exemplo 1 (soma com denominadores diferentes): 1/6 + 3/4. Pelo MMC: MMC(6,4) = 12; 1/6 = 2/12, 3/4 = 9/12; somando, 2/12 + 9/12 = 11/12. Pela regra prática: (1·4 + 6·3)/(6·4) = (4 + 18)/24 = 22/24 = 11/12. Ambos os caminhos conferem o mesmo resultado.

Exemplo 2 (subtração com denominadores iguais): 5/7 − 3/7. Mantemos o denominador: (5 − 3)/7 = 2/7. Simples e direto.

Exemplo 3 (multiplicação): 3/5 × 4/7. Multiplicamos numeradores e denominadores: (3×4)/(5×7) = 12/35. Não há simplificação possível aqui.

Exemplo 4 (divisão): 3/5 ÷ 2/7. Multiplicamos pelo inverso: 3/5 × 7/2 = 21/10 = 2 1/10 (opcionalmente em número misto). O procedimento do inverso resolve qualquer divisão de frações.

Exercícios resolvidos sobre frações

(Situação inspirada em prova) Alicia reservou 3/10 do salário para a poupança e pagou o aluguel com 1/10. Qual fração do salário restou? Alternativas: A) 1/10; B) 3/10; C) 4/10; D) 6/10.

Resolução: O salário foi dividido em 10 partes iguais; foram usados 3 + 1 = 4 décimos. O que sobrou é 10 − 4 = 6 décimos, isto é, 6/10 (que pode ser reduzido a 3/5, se solicitado na forma irredutível). Resposta: D.

(Equivalência) Assinale a fração equivalente a 4/12. Alternativas: A) 3/12; B) 1/3; C) 6/12; D) 12/4; E) 1/4.

Resolução: Reduzindo 4/12, dividimos numerador e denominador por 4, obtendo 1/3. A alternativa correta é B. Observação: 3/12 = 1/4; 6/12 = 1/2; 12/4 = 3 (aparente); 1/4 não é equivalente a 4/12. Checar a simplificação elimina dúvidas.

Perguntas frequentes e erros comuns

Posso somar diretamente os denominadores? Não. Em adição e subtração, igualamos denominadores (por MMC) ou usamos a regra prática. Somar denominadores leva a resultados incorretos (ex.: 1/2 + 1/3 ≠ 2/5). Siga sempre um dos métodos corretos.

Quando usar número misto? Use quando facilitar a leitura ou a interpretação de quantidade (ex.: 21/10 = 2 1/10). Em etapas de cálculo, muitas pessoas preferem manter a forma imprópria, pois é mais direta nas operações. A escolha depende do contexto.

Como sei se a fração está reduzida? Verifique se numerador e denominador não possuem divisor comum maior que 1. Se possuir, divida ambos por esse número (idealmente, pelo MDC). Esse passo final dá acabamento às respostas.

Dominar frações significa entender a ideia de “parte de um todo”, falar a mesma língua que a matemática usa para nomear essas partes, reconhecer tipos (próprias, impróprias, aparentes, equivalentes, irredutíveis e mistas) e aplicar rotinas seguras nas operações: igualar denominadores (MMC) ou usar a regra prática na soma/subtração, multiplicar numeradores e denominadores na multiplicação e recorrer ao inverso na divisão. Com exemplos visuais simples (como a clássica pizza repartida), exercícios resolvidos e o hábito de simplificar, o tema deixa de ser um obstáculo e vira ferramenta de raciocínio.

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