Xavier Villaurrutia González (1903-1950) foi escritor, poeta, dramaturgo e crítico literário mexicano. Ele também foi um dos fundadores do Los Contemporáneos, um grupo de jovens intelectuais responsáveis pela renovação da poesia mexicana.
O trabalho de Villaurrutia foi caracterizado por uma linguagem clara, além de apresentar um jogo constante de palavras. O fim da existência humana foi um dos assuntos favoritos do escritor. Portanto, seu trabalho às vezes era obscuro, refletindo a angústia e a ansiedade que o sujeito gerava.
Alguns dos títulos mais destacados da obra literária de Xavier Villaurrutia foram: Reflexões, Noite, Nostalgia da morte, Carros profanos e A mulher legítima. É importante notar que, embora o escritor tenha passado a vida inteira em caminhos literários, seu trabalho não era abundante.
Biografia
Nascimento e família
Xavier Villaurrutia nasceu em 27 de março de 1903, na Cidade do México. Dados pessoais e familiares sobre esse intelectual mexicano são escassos; No entanto, por causa de suas habilidades e oportunidades de treinamento, acredita-se que seja de uma família culta e que seus pais tenham se esforçado para oferecer qualidade de vida, traduzida em uma boa educação.
Villaurrutia Educação
Villaurrutia estudou em sua cidade natal, em instituições como o Colégio Francês e a Escola Preparatória Nacional, onde cursou o ensino médio. Embora mais tarde tenha começado a estudar direito, logo se aposentou para se dedicar completamente à literatura.
Ele treinou teatro em Belas Artes e, posteriormente, obteve uma bolsa para estudar teatro. Então, em 1935, ele foi para os Estados Unidos, para estudar por um ano na Universidade de Yale. Lá, ele coincidiu com seu compatriota, o escritor e dramaturgo Rodolfo Usigli.
Primeiras publicações
A partir dos anos 20, quando Villaurrutia ainda era muito jovem, ele começou a aparecer na literatura. Foi assim que em 1923 surgiram seus primeiros poemas, intitulados Oito Poetas. Três anos depois, ele publicou Reflejos. Esses livros evidenciaram sentimentos de desânimo e solidão.
Villaurrutia na mídia impressa
Como muitos de seus contemporâneos, Xavier Villaurrutia estava vinculado à mídia impressa, como jornais e revistas. Em 1927, juntamente com o escritor e poeta Salvador Nov, criou a revista Ulises, das quais apenas seis publicações foram publicadas durante um ano.
Mais tarde, ele fez parte da revista os contemporâneos, Letras do México, e do Filho Pródigo, entre outros. Além disso, fez várias colaborações em jornais como El Espectador, El Universal Ilustrado, Novedades e Hoy. Durante a maior parte de sua vida, sua carta preencheu os espaços das páginas dos jornais.
Últimos anos e morte
A vida de Xavier Villaurrutia foi curta; Talvez seja por isso que seu trabalho não fosse mais extenso. No entanto, ele passou os últimos anos de sua existência criando e escrevendo. Ele morreu inesperadamente aos 47 anos, em 31 de dezembro de 1950, na Cidade do México.
Estilo
A obra literária de Xavier Villaurrutia foi amplamente influenciada pelo mexicano Ramón López Velarde, e também pelo movimento surrealista. Caracterizou-se pelo uso de uma linguagem clara e precisa, além de ser carregado com uma expressividade pesada e sombria.
Poesia
Na poesia de Villaurrutia, surrealismo e elementos alucinatórios ou oníricos, através dos quais ele manifestou angústia após o fim da vida. Sonhos, escuridão, sombra e ansiedade são característicos do trabalho poético desse escritor mexicano.
Drama
Seu trabalho dramático foi caracterizado por estar imerso na literatura. Nos diálogos, era raro observar termos comuns e coloquiais, mas eram líricos. Suas matérias favoritas tinham a ver com lendas da família e da Grécia. Essas criações, em particular, tinham profundo caráter psicológico.
Trabalhos
Poesia
Alguns estudiosos do trabalho de Villaurrutia, como Ali Chumacero, afirmaram que sua poesia passou por três fases relevantes. No primeiro, o autor evidenciou sua capacidade de capturar e persuadir através do dinamismo e do componente lúdico da palavra, de maneira inteligente.
Na segunda fase ou estágio, o escritor manifestou sua capacidade intelectual, sem descuidar das emoções; no entanto, ele as expressou razoavelmente. Finalmente, o terceiro estágio de sua poesia foi mais emocional e sentimental. Nele, ele aplicava principalmente inteligência e raciocínio na estrutura métrica.
– Oito poetas (1923).
– Reflexões (1926).
– Dois noturnos (1931).
– Noite (1931).
– Noite dos anjos (1936).
– Noite rosa (1937).
– Mar da noite (1937).
– Nostalgia da morte (1938).
– Décima morte e outros poemas não coletados (1941).
– Canção de primavera e outros poemas (1948).
– Poesia e teatro completos (1953).
Breve descrição de algumas de suas obras
Nostalgia da morte (1938)
Este trabalho foi considerado um dos mais importantes de Xavier Villaurrutia, por suas qualidades líricas. Os poemas tratavam do assunto de maior interesse para o escritor: a morte. O poeta usava uma linguagem clara e expressiva, onde o desespero era uma emoção constante.
Através dos diferentes poemas, Villaurrutia queria sugerir que a morte era algo latente. Ou seja, que por si só tinha vida, que podia ser sentida através do que era desejado e subitamente perdido. A angústia que o poeta sofreu também se refletiu nos versículos deste trabalho.
Fragmento
“Que prova de existência
haverá mais que sorte
de viver sem te ver
e morrendo na sua presença!
Essa consciência lúcida
amar o nunca visto
e esperar o inesperado;
esta queda sem chegar
é a angústia de pensar
Que desde que eu morro eu existo.
… eu não durmo para que quando eu te vejo
chegar devagar e sair,
de modo que quando você ouve lentamente
Sua voz que silencia derrama
de modo que tocando o nada …
Saiba que eu tomo posse de você
Sinto como se estivesse morrendo acordado
… Em vão ameaças, morte,
cale a boca na minha ferida
e acabar com minha vida
Com uma palavra inerte.
O que posso pensar em vê-lo,
sim na minha verdadeira angústia
Eu tive que violar a espera;
sim em vista do seu atraso
para preencher minha esperança
não há tempo para eu não morrer!
Noite Rosa (1937)
Este trabalho foi uma espécie de elogio que o escritor mexicano fez a José Gorostiza, por quem ele sentiu admiração. A profundidade da poesia foi baseada na intenção de Villaurrutia de alcançar a perfeição máxima, usando a rosa como analogia.
Para o autor, a rosa era o reflexo da beleza; mas não de nenhuma beleza, mas daquele que transcendeu, aquele que se opunha ao natural e essencial. Sua postura em relação a esta flor não era nada básica. De fato, ele se opôs totalmente ao que outros autores usavam.
O tema da noite e sua escuridão também era muito característico desses poemas.
Fragmento
“Eu também falo sobre a rosa.
Mas minha rosa não é a rosa fria
nem a pele de uma criança,
nem mesmo a rosa que gira
tão devagar que seu movimento
É uma forma misteriosa de quietude.
… É a rosa do toque na escuridão,
É a rosa que se move,
a rosa das unhas cor de rosa,
as pontas dos dedos cor de rosa ávidas,
a rosa digital,
A rosa cega
… É a rosa que abre as pálpebras,
A rosa vigilante, revelada,
A rosa da insônia desolada.
É a rosa da fumaça,
a rosa das cinzas,
o diamante de carvão preto
quão silenciosa a escuridão penetra
e isso não ocorre no espaço. “
Fragmento de Spring Song e outros poemas (1948)
“Nasce a primavera
Nós nunca saberemos
que regiões secretas
da terra submissa,
do mar sem fim
Do céu infinito
… Primavera surge do céu
É uma nuvem silenciosa e fina
A palestina e a garota.
Ninguém a vê subir,
mas ela cresce e se levanta,
aos ombros do vento;
e chega inesperado.
Porque a primavera é uma nuvem!
… Porque a primavera é antes de tudo
a primeira verdade,
a verdade que parece
sem barulho, em um momento,
aquele que finalmente nos parece
isso vai durar, eterno. ”
Fragmento da Noite dos Anjos (1936)
“São os anjos!
Eles desceram à terra
para escalas invisíveis.
Eles vêm do mar que é o espelho do céu,
em navios de fumaça e sombra,
fundir e confundir com mortais …
Eles andam, param, continuam.
Eles mudam de aparência, ousam sorrir.
Eles formam casais inesperados.
Fragmento do Mar Noturno (1937)
“Nem seu silêncio, hard rock, cristal,
Nem mesmo o frio da mão que você me dá
nem suas palavras secas, sem tempo nem cor,
nem meu nome, nem mesmo meu nome,
que você dita como uma figura nua de significado …
O mar que sobe mudo aos meus lábios,
o mar que me satura
com o veneno mortal que não mata
Prolonga a vida e dói mais que a dor.
O mar que faz um trabalho lento e lento
forjando na caverna do meu peito
o punho zangado do meu coração (…) ”.
Drama
Ivy (1941).
– carros profanos (1943).
– A mulher legítima (1943).
– Convite à morte (1944).
– O mulato de Córdoba (1948).
– jogo perigoso (1949).
– Tragédia de erros (1951).
Breve descrição de algumas de suas obras dramáticas
Ivy (1941)
Foi a primeira peça do escritor mexicano. Isso refletia o mito de Fedra e Hipólito. Foi estruturado em três atos, ambientado no México no momento em que foi lançado. A história era circular, mais explicitamente a da protagonista, Teresa.
Ao longo dos três atos, foram observadas as constantes referências que o autor fez a elementos como escuridão, sombra, frio, características de sua literatura. Além disso, o título se refere à vida de Teresa, que estava sujeita às ações e influências de outras pessoas.
Argumento
Neste trabalho foi tecido um triângulo, composto por Teresa, Hipólito e seu pai, que haviam morrido deixando a mulher viúva, mas permaneciam presentes através dos retratos da casa. Finalmente, os protagonistas acabam separados.
Fragmento
“Teresa é como hera: ela vive do que toca, do que abraça. Seu pai me disse em outras palavras: ‘Sinto que sou eu quem dá vida, calor e fogo a esta criatura’.
A mulher legítima (1943)
Foi uma das obras dramáticas mais reconhecidas e importantes de Xavier Villaurrutia, devido à psicologia dos personagens. Foi uma história de amor, morte e tragédia, onde os protagonistas tiveram que lidar com imposições, sem ter muita capacidade de tolerância.
A peça tratava do relacionamento romântico de Rafael com Sara, na condição de amante. Finalmente, quando sua esposa morreu, ele decidiu consolidar seu relacionamento com sua amada e a levou para casa, sem considerar os sentimentos de seus filhos: Angel e Marta. A partir desse ponto, o enredo começou.
Narrativa
– Dama de Copas (1928).
Revistas
– Ulisses (1927-1928).
– Os contemporâneos (1928-1931).
Frases
– “Amar é não dormir quando na minha cama você sonha nos meus braços que o cingem”.
– “Eu ouço meu coração batendo sangrando e sempre e nunca o mesmo. Eu sei quem bate assim, mas não posso dizer por que será.
– “A musicalidade da poesia mexicana é de grande requinte e é inútil procurar latitudes sinfônicas nela, mas sim música de câmara”.
– “Amar é uma angústia, uma pergunta, uma dúvida suspense e luminosa; É um desejo de saber tudo sobre você e, ao mesmo tempo, um medo de finalmente saber.
– “A morte sempre assume a forma do quarto que nos contém.”
– “Prisioneiro de você, eu vivo procurando por você na caverna escura da minha agonia.”
– “Quando a noite de fumaça, poeira e cinzas envolve a cidade, os homens ficam suspensos por um momento, porque nasce o desejo neles, com a noite”.
– “Se juntos nossos lábios nus como corpos, e nossos corpos juntos como lábios nus, não formam um corpo e uma respiração. Não era o nosso amor, não era o nosso amor!
– “Que incrível luz do sol, feita da mais fina poeira, cheia de calor misterioso, anuncia o aparecimento de neve!”
– “Tudo o que o desejo mancha nos meus lábios: o doce sonho de um contato, o sabor conhecido da saliva”.
Referências
- Xavier Villaurrutia. (2019). Espanha: Wikipedia. Recuperado de: es.wikipedia.org.
- Tamaro, E. (2019). Xavier Villaurrutia. (N / a): Biografias e Vidas. Recuperado de: biografiasyvidas.com.
- Moreno, E., Ramírez, M. e outros. (2019). Xavier Villaurrutia. (N / a): pesquise biografias. Recuperado de: buscabiografias.com.
- Da colina, J. (2003). Xavier Villaurrutia. México: cartas grátis. Recuperado de: letraslibres.com.
- Xavier Villaurrutia. (2013). (N / a): O labirinto do carrasco. Recuperado de: ellaberintodelverdugo.logspot.com.