A formação intelectual de Simón Bolívar – O Libertador – foi marcada pela influência de vários pensadores, principalmente europeus, que ele conheceu graças à influência de seus tutores e às viagens que ele fez ao velho continente.
Bolívar nasceu em 24 de julho de 1783 em Caracas, em uma família rica. A origem aristocrática de Bolívar deu-lhe acesso à boa educação das elites latino-americanas.
Durante seu treinamento, Bolívar foi influenciado pelo pensamento de personagens europeus como Rousseau, Montesquieu e Alexander Von Humboldt, entre muitos outros. Simón Rodríguez, um venezuelano como Bolívar, foi uma de suas principais influências na América Latina.
As visitas de Bolívar à Europa em várias ocasiões e os eventos que testemunhou lá também influenciaram a educação do libertador, permitindo-lhe ver em primeira mão todo o movimento humanístico e cultural da época.
Pontos-chave da formação intelectual de Bolívar
Tutores que mais influenciaram
A educação de Bolívar, como era costume entre os crioulos da alta sociedade da época, foi desenvolvida principalmente com professores particulares fora das instituições educacionais comuns.
Aos 12 anos, Bolívar morava com Simón Rodríguez, que era possivelmente o tutor mais influente que ele tinha. Rodríguez foi um dos professores mais destacados de sua época e apaixonado pelas obras de Rousseau.
A influência de Rousseau introduzida por Rodríguez permaneceu com Bolívar ao longo de sua vida política. Andrés Bello foi outro dos professores destacados que participou do treinamento de Simón Bolívar.
Bello era um jurista e gramático altamente reconhecido em seu tempo, por isso foi um privilégio para Bolívar receber suas instruções com ele.
Apesar da relação professor-aluno, a relação entre Bolívar e Bello sempre foi complicada pelo caráter rebelde do libertador.
Entre outros tutores e professores que Bolívar teve estão personagens como Miguel José Sanz e José Antonio Negrete.
Obras e pensadores na formação intelectual de Bolívar
Rousseau foi uma das principais influências na educação de Bolívar. Seus trabalhos promoveram sua ideologia e suas ações como libertador.
O caráter nacionalista de Rousseau e suas concepções de educação para a liberdade e a sociedade eram constantes no pensamento de Bolívar. Dizem que o Contrato Social foi uma das obras que Bolívar manteve até sua morte.
Outra das obras que o libertador sempre teve em mente em seu treinamento foram de Raimondo Montecuccoli, um proeminente militar italiano do século XVII, sobre arte militar e de guerra.
As obras de Alexander Von Humboldt e a proximidade entre ele e Bolívar também tiveram um grande impacto na educação do revolucionário latino-americano.
Estudar no exterior
Na Europa, Bolívar recebeu treinamento profundo no pensamento de historiadores, artistas e filósofos de vários tipos. Lá, em suas próprias palavras, ele mergulhou nas obras de personagens como Locke e Montesquieu.
Além de assuntos humanísticos, Bolívar treinou na Europa em várias disciplinas tão variadas quanto esgrima, equitação, dança e matemática. Lá, ele também teve a oportunidade de aprender e aperfeiçoar outras línguas, como francês e inglês.
Referências
- Bushnel D. (2003). O Libertador: Escritos de Simon Bolivar. Imprensa da Universidade de Oxford.
- Collier S. Nacionalidade, Nacionalismo e Supranacionalismo nos Escritos de Simón Bolívar. A Revista Histórica Hispano-Americana. 1983; 63 (1): 37-64.
- Imperialismo republicano de Joshua S. Simon Bolívar: outra ideologia da Revolução Americana. História do pensamento político. 2012; 33 (2): 280-304.
- Lynch J. (1983). Simon Bolivar e a Era da Revolução. Instituto de Estudos Latino-Americanos, Universidade de Londres.
- Lynch J. (2006). Simon Bolivar, para a vida. New Haven, Imprensa da Universidade de Yale.
- Mora EA Simón Bolivar: Atribuições da Câmara de Educação (1819). Método a ser seguido na educação de meu sobrinho Fernando Bolivar (1822). Transatlântica da educação. Universidade Andina Simón Bolivar, Quito Equador. 2008; 5: 13-18.